Família

Problemas na adolescência: como lidar com os filhos nessa fase?

Por FTD Educação

Estimativa de leitura: 11min 32seg

7 de junho de 2023

Os problemas na adolescência podem ser um desafio para estimular a motivação e o interesse para ir à escola, ser criativo e construir uma educação básica enquanto diferencial na vida adulta.

Antes de combater esses impasses, é preciso aceitar que eles podem acontecer e, na verdade, devem aparecer. Afinal, a adolescência é uma fase de grandes e rápidas mudanças. Logo, conflitos são esperados.

Um grande motivo de sofrimento para os pais é quando os problemas na adolescência travam o desenvolvimento do estudante. Isto é, limitam as habilidades sociais e emocionais. Com isso, ele pode ter dificuldades para experimentar novos desafios, como avançar nos estudos de um segundo idioma e até tentar vivenciar um intercâmbio.

Sabemos que essa fase é responsável por muitas descobertas, incluindo as profissionais e até filosóficas. Geralmente, durante os anos juvenis, o adolescente lida, de um modo mais radical, com questionamentos sobre amores, trabalhos e objetivos de vida. Em meio a tudo isso, a escola, ao lado dos pais, atua como uma oportunidade de desenvolver a empatia, o respeito e a criatividade.

Então, como lidar com os problemas na adolescência se eles já são esperados e podem trazer consequências prolongadas para a vida adulta? Após a leitura deste texto, você saberá os pontos essenciais para conseguir acompanhar e dar todo o suporte necessário aos seus filhos. Contribua para formar cidadãos preparados para o mundo!

Por que a adolescência é uma das fases mais difíceis?

Todo mundo já viveu a adolescência. Para uns, essa fase pode resultar em boas lembranças, enquanto outras pessoas a entendem como um dos momentos mais traumáticos da vida. Isso acontece, em parte, porque é a partir dessa fase que se torna mais explícita a necessidade de construir o próprio espaço.

A personalidade, com opiniões, escolhas de roupas, músicas, planos de vida, entre outros, começa a ficar mais delineada. Nesse momento, o adolescente costuma perceber que o seu modo de entender o mundo pode entrar em conflito com os olhares dos pais. Aliás, as opiniões da família começam a ter uma centralidade maior na atenção dos filhos.

Aprendem a ter a sua própria opinião

Se na infância os direcionamentos morais, éticos e culturais dos pais eram absorvidos pelos filhos de forma despercebida, ou, quando em conflito, resolvidos com a autoridade, na adolescência o cenário muda. Isso porque o adolescente descobre o poder de argumentar e põe em dúvida opiniões que até então eram muito corretas.

Criam uma identidade mais forte

Durante esse processo, que envolve a criação de uma identidade, também acontecem as mudanças físicas, hormonais e psicológicas. O resultado disso pode ter consequências no modo como os colegas, a família e a sociedade em geral aceitam esse novo ser em mudança. Acontece que quadros de ansiedade podem aparecer devido aos sentimentos de vulnerabilidade e fragilidade.

Afinal, se antes, por exemplo, o rosto do estudante era liso, a adolescência pode trazer as mudanças das espinhas e dos pelos indesejados. Logo, isso é capaz de criar situações de bullying, gerando o sentimento de exclusão.

Em outras palavras, a adolescência é um período tão difícil porque coloca como ponto central a autoimagem. Há uma necessidade de encaixe em determinados padrões. Isto é, o corpo mais perfeito para ser aceito, o jeito certo de ser popular e as escolhas mais corretas para se dar bem na vida.

Lidam com responsabilidades

A família, a escola e a sociedade têm diferentes níveis de exigências. Aprender a administrar tudo isso é uma tarefa desafiadora por ser nova e demandar do adolescente um certo grau de autonomia para que ele encontre suas próprias ferramentas. Ele lidará, mais frequentemente, com situações de escolha que, consequentemente, implicam abrir mão de outros desejos.

Decisões individuais são, constantemente, colocadas à prova. O resultado pode ser momentos recorrentes de raiva, podendo gerar quadros de revolta e até depressão. Diante de tudo isso, é preciso estar preparado para atravessar um período naturalmente cheio de obstáculos e contrariedades.

Qual a importância de saber lidar com o filho adolescente?

É possível educar adolescentes para se tornarem mais felizes, saudáveis e realizados numa época tão adversa. Para isso, o principal segredo é o acolhimento. Sabemos que, para os pais, a escola e a sociedade, essa não é uma tarefa fácil.

No entanto, aprender a acolher é totalmente possível. Oferecer apoio, validando emoções, pode ser o principal meio para estreitar laços e manter o adolescente estimulado a acessar uma educação emancipadora e a ultrapassar momentos de frustração.

Saber lidar com o filho adolescente, em meio a todas as outras demandas da vida adulta, é uma tarefa que exige tempo e dedicação. Querer ignorar essa realidade não é o melhor caminho. Como mencionado, a adolescência é um período, naturalmente, conflituoso.

Então, é saudável que o adolescente estudante tenha momentos de conflito e experimente emoções difíceis. Afinal, tudo isso funciona como um ensaio para a vida adulta, momento em que se espera mais autonomia e menos intervenção dos pais no manuseio dos conflitos.

Quais os principais problemas na adolescência?

Agora, detalharemos aquilo que, geralmente, acontece durante esse período. Lembre-se de que, para lidar com esse cenário, é preciso aplicar soluções que trabalhem a inteligência emocional. A escola, ao lado dos pais, amigos e familiares, tem um papel fundamental nesse quesito. Logo abaixo, entenda os sete principais problemas na adolescência.

Autoestima frágil

Lembra que falamos sobre a adolescência ser um período em que ocorrem grandes mudanças, incluindo as hormonais? As alterações na aparência, incluindo a voz, podem colocar em conflito a autoimagem. O resultado são problemas de autoestima, principalmente se o adolescente não estiver cercado de uma rede de afeto que o valide.

Assim, a questão estética é um ponto que, em variados níveis, pode afetar os adolescentes e trazer consequências para a vida adulta. Além dos problemas de acne e do crescimento de pelos já mencionados, há o engrossamento da voz, o desenvolvimento dos seios, a menstruação e o alargamento dos ossos. Então, isso pode abalar a autoestima, pois nem todos conseguem sustentar, psicologicamente, tantas mudanças ao mesmo tempo.

Disposição em falta

O corpo se transforma e o metabolismo muda. Logo, o adolescente pode se sentir mais cansado, com muito sono. O repouso se prolonga e pode entrar em conflito com as demandas em casa e no ambiente escolar. Se antes, após as refeições, o corpo continuava atento, com a mudança metabólica, pode haver letargia, fazendo o adolescente ficar mais lento.

Esse cenário pode ser particularmente complicado para aqueles que experimentam o contraturno na escola. Além disso, o momento de preparação para os exames que oportunizam a entrada em universidades também colide com a falta de disposição.

Dessa forma, os pais precisam estar cientes de que o adolescente não está com má vontade de desempenhar as tarefas — nem tudo vem da preguiça. É por isso que, como falamos no início, o acolhimento das queixas desse estudante com um novo metabolismo deve acontecer cotidianamente. Os jovens querem e devem ser compreendidos, e isso pode ser feito administrando responsabilidades.

Por exemplo, se o adolescente chegou da aula e não estudou os autores que estavam previstos no planejamento porque adormeceu, a punição não é o caminho. Em vez disso, abra espaço para o acolhimento, mas deixe claro que é preciso encontrar formas de manejo desse sono. Ou seja, não dá para deixar de estudar todos os dias só para tirar uma soneca. Separar algum momento para a prática esportiva pode ajudar a deixar o organismo mais ativo.

Isolamento social

Praticamente em qualquer filme ou série adolescente, é possível encontrar personagens que lidam com a falta de aceitação e integração aos grupos. Essas dificuldades de construir uma rede de afetos resulta em isolamento, logo, falta estímulo para ir à escola.

Um dos fatores para isso é a timidez e as mudanças bruscas do corpo. Assim, o jovem pode até mesmo entrar em conflito com outros adolescentes que já encontraram seu espaço de identificação.

O isolamento social atrapalha o convívio saudável, gerando uma solidão que pode aprofundar ou iniciar quadros depressivos.

Pressões escolares

Outro problema na adolescência são as pressões escolares. Afinal, pai, mãe, parentes, professores e coordenadores se preocupam com o rendimento escolar. Nesse período de formação de base, o volume de conteúdo pode gerar estresse e, em conjunto com outros problemas, desestimular o estudante.

Além disso, atualmente, temos o ambiente digital das redes sociais, os games e todos os outros recursos tecnológicos que podem atuar como elementos limitadores para os estudos. Lidar com a pressão escolar pode gerar insônia, ansiedade, frustração, intensificar cenários de depressão ou até mesmo desencadear outros problemas psicológicos, como a esquizofrenia.

Além disso, a questão da pressão escolar para dar conta de todo o conteúdo dos livros está diretamente relacionada com as oportunidades profissionais e a exigência do estabelecimento da escolha de uma profissão. Mais uma vez repetimos que o acolhimento é o eixo de equilíbrio para criar condições saudáveis nas escolhas do adolescente.

Bullying

Um debate bastante atual e uma expressão que já faz parte de debates dentro e fora da sala de aula, o bullying é muito vivido durante a adolescência. Ele é um problema social que tem início ainda na infância. No entanto, a adolescência parece inaugurar uma forma mais intensa de violência, trazendo consequências até definitivas, como o fim da vida.

A solução é a criação de um ambiente em que haja respeito e convívio saudável em sociedade. Para isso, é preciso entender que cada pessoa tem a sua singularidade. Tentar diminuir o outro por conta do que se atribui como defeito é o caminho mais rápido para a construção de um caráter duvidoso, permanentemente infantil e com baixa autoestima.

Falta de oportunidades amorosas

Sabia que é principalmente na adolescência que acontecem as primeiras descobertas amorosas para além da relação com os pais e a família?

Nesse sentido, esse momento viabiliza a construção de uma maturidade emocional, experimentando relacionamentos que demandam o exercício de determinadas condutas. Ou seja, a sinceridade, a conversa sobre sentimentos e a responsabilidade com as emoções que você causa no outro.

Por isso, é importante ficar atento para encontrar formas de preservar o respeito aos limites de cada pessoa. Nesse processo, a falta de oportunidades amorosas pode gerar o sentimento de rejeição, abrindo espaço para o isolamento e a manutenção de uma autoestima fragilizada.

Tendência aos vícios

Se o adolescente não se sente acolhido, valorizado e respeitado, há uma abertura para que ele desconte a sua frustração em prazeres imediatos que preencham esses vazios. Assim, o aparecimento de comportamentos compulsivos são um alerta para a comunidade.

A adolescência é um momento em que isso pode aparecer, colocando os filhos em risco. Olhar com atenção para os espaços em que o adolescente frequenta, sem querer isolá-lo, assim como para as mudanças de comportamento, são atitudes assertivas para combater esse cenário.

Aqui, não estamos falando apenas das drogas, mas também do descontrole alimentar, do vício nas redes sociais e em jogos, entre outras situações que apresentam um volume de repetição que fragiliza os estudos e o convívios social.

“Saber lidar com o filho adolescente, em meio a todas as outras demandas da vida adulta, é uma tarefa que exige tempo e dedicação. Querer ignorar essa realidade não é o melhor caminho.”

Como lidar com os filhos na adolescência?

Se você leu até aqui, quer realmente saber as melhores formas de administrar o conjunto de sentimentos, em conflito, de um adolescente. Lembramos mais uma vez que o acolhimento é a atitude mais indicada. Você pode demonstrar isso ao apoiá-lo em um diálogo aberto e sem julgamentos.

Dessa forma, ele se sentirá mais próximo e confortável para relatar questões que podem ser mais delicadas. Logo, você será inserido nesses “bastidores” da vida dele, podendo encontrar um espaço de incentivo para fortalecer atividades benéficas. Demonstre atenção, com uma escuta ativa.

Isso não significa abandonar os momentos de chamar responsabilidades. No entanto, você pode fazer isso com empatia e respeito à individualidade do adolescente. Impor algo é uma das formas de afastar o seu filho de você. Saiba apresentar as consequências de determinados atos de um modo a mostrar que você se preocupa porque o ama, e não porque se acha uma autoridade no direito de punir.

Como uma boa relação com a escola pode ajudar?

Como última dica, lembre-se da importância da escola ao lidar com os problemas na adolescência. O local é mais um espaço onde o jovem pode fortalecer a sua individualidade e ser acolhido.

Agora você já sabe, em detalhes, os principais desdobramentos dos problemas na adolescência. Atue como um braço amigo para navegar com o seu filho durante um período cheio de mudanças. Ensine-o a aceitar os sentimentos conflitantes, estabelecendo um diálogo aberto e franco.

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