Neste Setembro Amarelo, destacamos a importância do estabelecimento de relações não violentas e espaços seguros para crianças e adolescentes e como isso influencia na sua saúde mental e o papel estratégico das escolas nesse cenário.

O mês de setembro é reconhecido internacionalmente como o “Setembro Amarelo”, um período dedicado à conscientização sobre a prevenção do suicídio e à promoção da saúde mental. Nesse sentido, é fundamental observar as condições de desenvolvimento saudável das relações e do ambiente, especialmente nos quais crianças e adolescentes convivem, e as violências que podem vir ou que estejam acontecendo.
Em um mundo que muitas vezes projeta uma imagem de futuro incerto, devemos unir forças para abordar esse tópico de maneira positiva e preventiva, ressaltando que existe esperança e solução.
As violências sofridas por uma criança, seja física, sexual ou psicológica, podem vir a ter efeitos profundos e duradouros no desenvolvimento e no decorrer de toda sua vida. Muitas vezes, essas experiências traumáticas podem interferir na saúde mental, ocasionando depressão, ansiedade e até transtorno de estresse pós-traumático. Doenças que necessitam de atenção e tratamento adequados, caso contrário podem levar a quadros de pensamentos suicidas.
Somente este ano, de janeiro a setembro, foram registradas 108.407 denúncias de violações de direitos de crianças e adolescentes, de 0 a 17 anos de idade. Sendo dessas, 15.045 denúncias relacionadas à violência sexual. Esses dados alarmantes chamam atenção para a nossa sociedade sobre a forma em que cuidamos e respeitamos as infâncias e, também, à necessidade de um trabalho das famílias, do estado e da sociedade para uma educação voltada para a prevenção e atenção com o público.
A educação e a conscientização desempenham um papel essencial na prevenção das violências e do abuso sexual contra crianças e adolescentes e, por extensão, na redução de traumas vividos na infância que podem impactar a saúde mental e incorrer em consequências que podem aumentar o risco para o suicídio, as escolas têm um papel importante na prevenção, na comunicação e no acompanhamento desse cenário.
Ao introduzir em seu planejamento pedagógico a discussão sobre autoconhecimento, nomear partes de corpo, sentimentos, direitos e relacionamentos saudáveis, as escolas podem oferecer ferramentas aos estudantes desde cedo, dando-lhes ferramentas para reconhecer, denunciar e prevenir situações de violências.
Por meio de vídeos educativos, livros paradidáticos e recursos on-line, é possível iniciar uma conversa compreensível e amigável, para que crianças e adolescentes saibam agir preventivamente e como comunicar às situações de violências. Desenvolver práticas que tornem os ambientes acolhedores e manter diálogos podem ajudar estudantes a compartilharem situações que os deixam tristes, inseguros ou desconfortáveis, condição importante para o desenvolvimento e manutenção de uma saúde mental.
Com o intuito de promover essa conscientização e a autodefesa, a Campanha Defenda-se disponibiliza uma série de vídeos educativos com linguagem acessível e amigável, apropriados para meninas e meninos entre 4 e 12 anos de idade. As histórias apresentam situações em que as crianças têm condições reais de agir preventivamente, especialmente pelo reconhecimento dos seus direitos sexuais e de estratégias que dificultam a ação dos agressores.
As informações apresentadas pelos vídeos aumentam as chances de que as crianças identifiquem situações de violência sexual e contribuam na quebra do ciclo de violência, comunicando a violação a um adulto de confiança, ao Conselho Tutelar ou diretamente para o Disque 100 e outros canais. Permite, ainda, que famílias e profissionais prestem atendimento adequado às crianças, e dialoguem sobre o seu desenvolvimento.
Assista aos vídeos da playlist:
Criada pelo Centro Marista de Defesa da Infância, todas as histórias estão disponíveis em: Libras, Audiodescrição, Legendas em português, inglês e espanhol. Para acessar essas opções, assista aos vídeos clicando aqui.
Unir esforços como sociedade para proteger crianças e adolescentes, fornecer recursos adequados e construir uma base sólida de educação e promover a conscientização é a chave para um futuro mais saudável e seguro. Neste Setembro Amarelo, lembramos que, mesmo diante dos desafios, a informação e prevenção fazem toda a diferença.
Para dúvidas, como a forma recomendada de trabalhar esses conteúdos com as crianças, e mais informações sobre o tema, clique aqui.
