Em 2022, os museus ganharam uma nova definição, explicando que essa é uma instituição permanente, sem fins lucrativos, a serviço da sociedade, que investiga, coleciona, preserva, interpreta e expõe o patrimônio material e imaterial, oferecendo experiências variadas de educação, fruição, reflexão e troca de conhecimentos.
Essa nova proposta reforça a atuação social, política e educativa dos museus, o que tem tudo a ver com a formação cidadã que buscamos levar aos nossos estudantes, não é mesmo?
Por isso, aproveitamos o Dia Internacional dos Museus – comemorado 18 de maio e criado para incentivar o hábito de visitar e apreciar os museus – para montar uma lista de museus espalhados pelo Brasil que valem a pena uma visita, nem que seja virtual, com os seus estudantes.
Como tudo começou
Antes de começar a visitação é interessante debater com os seus estudantes a própria origem dos museus e desse conceito de preservação da memória e cultura da humanidade.
Com raiz etimológica na Grécia Antiga, a palavra museu se referia ao Mouseion, o templo das nove musas, que estavam ligadas aos ramos das artes e das ciências, e eram filhas de Zeus e Mnemosine, a deusa da memória, cujo templo era um local dedicado à contemplação e ao estudo científico literário e artístico.
Os primeiros museus modernos surgiram na Inglaterra em meados do século XVII e XVIII. Em 1759, por exemplo, a aquisição da coleção de Hans Sloane pelo parlamento britânico deu origem ao British Museum.
Já a Revolução Francesa foi o ponto de partida para que coleções de objetos e obras de artes pertencentes às igrejas e aos nobres fossem reunidas a fim de educar a população sobre civismo e história nacional. Em 1793, foi criado o Museu do Louvre em Paris, hoje, o maior museu de arte do mundo.
Durante o século XIX, os museus se desenvolveram seguindo dois focos, um direcionado à preservação histórica e da cultura nacional, e outro voltado aos estudos da pré-história, da arqueologia e da etnografia.
No Brasil
Aqui no Brasil, o primeiro museu foi fundado por Dom João VI, em 6 de junho de 1818, sob a denominação de Museu Real, agora Museu Nacional.
Com mais de 200 anos e considerado um dos maiores museus de história natural e de antropologia das Américas, o museu abrigava um acervo histórico e científico, contendo fósseis de várias partes do mundo, esqueletos de dinossauros, indumentárias de índios, múmias e esquifes egípcios, entre muitas outras peças, contudo em 2018, um incêndio de grandes proporções devastou a maior parte do seu acervo.
Hoje, o museu segue um cronograma de restauração que deve se estender até 2027.
Atualmente, segundo o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), o Brasil conta com mais de 3,8 mil museus espalhados por todo o país, sendo cerca de 1,6 mil só museus de História e outros 500 dedicados às Artes.
E tem museu para todos os gostos e interesses: museus de antropologia, arqueologia, de línguas, de transportes, de instrumentos musicais, de moda, museus ao ar livre, museus para crianças e até mesmo museu do futebol.
Para conhecer
Musa – Amazônia (AM)
O Musa – Museu da Amazônia se descreve como uma casa de cultura e ciência, de convivência e celebração da diversidade do ser no mundo.
Ocupando 100 hectares da Reserva Florestal Adolpho Ducke, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA, em Manaus, o Musa compreende uma área de floresta de terra firme, nativa, que há mais de 60 anos vem sendo estudada.
São 7 trilhas que proporcionam aos visitantes paisagens e descobertas surpreendentes. No Musa, você encontra: exposições, viveiros de orquídeas e bromélias, aráceas, palmeiras, samambaias, serpentes, aranhas e escorpiões, borboletas, cigarras, cogumelos e fungos, além de jardim sensorial, lago das vitórias-amazônicas e aquários. Além disso, o espaço conta com uma torre de 42 metros que permite uma vista única das árvores da floresta.
Visite: https://museudaamazonia.org.br/pt/
Instituto Ricardo Brennand – Recife (PE)
Inaugurado em 2022, o Instituto Ricardo Brennand é um espaço cultural que apresenta o acervo artístico e histórico da coleção particular do industrial pernambucano Ricardo Coimbra de Almeida Brennand, com a missão de preservar, difundir e garantir o acesso à cultura.
Também conhecido como Castelo de Brennand, o instituto está localizado em uma região de Mata Atlântica preservada, com diversas instalações como o Museu Castelo São João (museu de armas brancas), Pinacoteca, Biblioteca, Auditório, Jardins das Esculturas e uma Galeria para exposições temporárias e eventos.
Visite: https://institutoricardobrennand.org.br
Instituto Inhotim – Brumadinho (MG)
O Instituto Inhotim é um museu diferente, que une arte, arquitetura e muita natureza.
Considerado um dos maiores museus a céu aberto do mundo, o Instituto Inhotim é um museu de arte contemporânea e Jardim Botânico, com uma localização privilegiada – entre os ricos biomas da Mata Atlântica e do Cerrado.
São cerca de 700 obras de mais de 60 artistas, de quase 40 países, exibidas ao ar livre e em galerias em meio a um Jardim Botânico com mais de 4,3 mil espécies botânicas raras, vindas de todos os continentes, distribuídas ao longo dos 140 hectares de visitação.
Visite: www.inhotim.org.br
Museu do Amanhã – Rio de Janeiro (RJ)
Inaugurado em 2015, o Museu do Amanhã é um museu de ciência com uma proposta diferente. Com estrutura multimídia e muita interatividade, o museu propõe uma reflexão sobre o futuro, oferecendo uma jornada rumo a caminhos possíveis para que possamos viver e moldar os próximos 50 anos.
O conceito de pensar o amanhã tem como fundamentação a ideia de que esse amanhã é uma construção da qual todos participamos, como pessoas, cidadão e membros da espécie humana.
A arquitetura do museu também é um diferencial. Segundo seu idealizador, o espanhol Santiago Calatrava, a ideia é que o edifício fosse o mais etéreo possível, quase flutuando sobre o mar, como um barco, um pássaro ou uma planta.
Visite: https://museudoamanha.org.br/
MASP – Museu de Arte de São Paulo (SP)
Fundado em 1947, pelo empresário Assis Chateaubriand, o Museu de Arte de São Paulo foi o primeiro museu moderno no país e, hoje, é um dos cartões postais da cidade. Considerado o mais importante acervo de arte europeia do Hemisfério Sul, sua coleção reúne mais de 11 mil obras, incluindo pinturas, esculturas, objetos, fotografias, vídeos e vestuário de diversos períodos, abrangendo a produção europeia, africana, asiática e das Américas.
Em seu acervo, encontramos obras de artistas europeus, como Rafael, Ingres, Van Gogh, Cézanne, Renoir, Monet e Picasso, conjuntos de peças de outras culturas, como o par de guerreiros chineses e a escultura da divindade africana Exu e artistas brasileiros, como Maria Auxiliadora, Agostinho Batista de Freitas, Albino Braz, José Antônio da Silva, Rafael Borjes de Oliveira, Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Candido Portinari e Victor Meirelles.
Visite: https://masp.org.br/
Museu Oscar Niemeyer (MON) – Curitiba (PR)
Uma das principais referências em artes visuais no Brasil e considerado o maior museu de arte da América Latina, o MON foi projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, que dá nome ao local.
Seu formato singular fez com que fosse popularmente batizado de Museu do Olho – e a construção, por si só, já chama a atenção.
O acervo do MON tem mais de 9 mil obras entre pinturas, esculturas, peças de design e outras peças de grandes nomes, como Candido Portinari e Tarsila do Amaral, além de artistas paranaenses que realizam exposições temporárias.
Visite: https://www.museuoscarniemeyer.org.br/
Museu do Holocausto – Curitiba (PR)
Curitiba também conta com o primeiro museu do Holocausto do Brasil, uma proposta que uniu os eixos de educação, memória e pesquisa com um projeto museológico permanente sobre este tema. O museu entende que relembrar é uma ferramenta educativa poderosa para gerar empatia e transmitir valores universais, além da mensagem de que a humanidade precisa aprender a conviver melhor e a respeitar as diferenças.
Visite: https://www.museudoholocausto.org.br/o-museu/
Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS – Porto Alegre (RS)
O Museu de Ciências e Tecnologia atua como difusor do conhecimento. Suas exposições são elaboradas para despertar a curiosidade e o gosto pelas ciências, valorizando a participação do visitante que, ao se envolver em experiências lúdicas e inusitadas, se torna protagonista de seu próprio aprendizado.
O museu conta com mais de 800 experimentos interativos nas áreas de arqueologia, biodiversidade, botânica, paleontologia e zoologia. Suas coleções científicas abrigam um vasto acervo de fósseis, espécimes representantes de nossa biodiversidade e peças provenientes de escavações arqueológicas, que são objeto de pesquisa de mestrandos e doutorandos provenientes de várias partes do mundo.
Visite: https://www.pucrs.br/mct/
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