Hoje, o texto é para a seção Colocando em prática. Estive pensando o que colocar no papel (digital!) sobre esse tema. Bom, se vamos falar sobre colocar em prática, sobre mão na massa… nada mais adequado que conversarmos sobre ATITUDE MAKER. Todo educador que se preze já ouviu falar da Cultura Maker e muitos aplicam em suas escolas seus princípios. Mas como adotar uma ATITUDE Maker? Pois não é suficiente uma sala bacana, cheia de pregos, martelos, furadeiras, cola, cartolina, tesouras e outros elementos de construção para que tenhamos uma abordagem maker na escola, pelo contrário: de nada adianta tudo isso de o mindset dos professores-tutores não está orientado para a atitude maker.
Eu trago aqui quatro pontos que considero fundamentais quando uma escola pretende, verdadeiramente, adotar uma postura maker, ensinando seus estudantes a pensarem de forma criativa, inventiva e, principalmente, autônoma. São eles:
1) Primeiros Passos: Adotando a Mentalidade Maker
A incorporação da Cultura Maker na sala de aula requer mais do que estabelecer um espaço físico de criação. Ela exige uma mudança fundamental no mindset tanto dos educadores quanto dos estudantes. A mentalidade maker envolve uma abordagem “mão na massa” para a aprendizagem, onde os estudantes se tornam criadores ativos ao invés de meros consumidores de conhecimento. O primeiro passo é entender que o erro é parte natural do processo de aprendizagem, e que as falhas são oportunidades para aprender e melhorar. Abraçar essa mentalidade também significa encorajar a curiosidade, a experimentação e a resolução de problemas de maneira independente. Afinal, a Cultura Maker não é apenas a criação de objetos físicos, mas também desenvolver habilidades de pensamento crítico e criativo.
2) Organizando os Projetos: Um Roteiro para a Inovação
A aplicação da Cultura Maker na sala de aula começa com a definição clara de projetos desafiadores e significativos. Os projetos podem variar amplamente, desde a criação de protótipos de dispositivos eletrônicos até a resolução de problemas sociais dentro da comunidade escolar. Para organizar esses projetos de forma eficaz, é crucial seguir um roteiro consistente:
a) Identificação do Problema ou Desafio: Comece definindo claramente o problema ou o desafio que os estudantes enfrentarão. Isso pode ser feito através de discussões em grupo, pesquisa e observação.
b) Planejamento e Projeto: Auxilie os estudantes a planejarem suas abordagens para resolver o problema. Eles devem esboçar ideias, considerar materiais necessários e criar um plano passo a passo.
c) Prototipação: Chegou a hora de colocar as mãos na massa! Os estudantes devem trabalhar em suas criações, experimentando, prototipando e ajustando conforme necessário.
d) Testes e Melhorias: Encoraje a reflexão constante. Os estudantes devem testar seus projetos, identificar falhas e fazer melhorias iterativas. Nesta fase, o erro SEMPRE é bem-vindo! É através dele que podemos refletir sobre as melhorias e, principalmente, evitar que aconteçam em versões futuras do projeto.
e) Apresentação e Reflexão Final: Finalmente, os estudantes devem compartilhar seus projetos com a turma, refletir sobre o processo e discutir o que aprenderam.
3) Organizando os Materiais: Da Sucata à Criatividade
Se você já tem um Espaço Maker em sua escola… ótimo! Mas não se prenda a isso: uma das belezas da Cultura Maker é a flexibilidade de materiais que podem ser utilizados. Muitos projetos podem ser realizados com recursos acessíveis, como sucatas, papel, cola e outros materiais recicláveis. Isso não apenas reduz custos, mas também incentiva a criatividade ao fazer com que os estudantes repensem o potencial dos objetos do dia a dia. Estabeleça um sistema de organização para os materiais, de modo que os estudantes possam encontrar o que precisam facilmente. Incentive-os a explorar diferentes combinações de materiais e a experimentar abordagens não convencionais para solucionar problemas.
4) Mostrando os Resultados: Compartilhando e Celebrando Conquistas
Uma parte crucial da Cultura Maker é compartilhar os resultados e aprendizados com a comunidade educativa. Isso pode ser feito de várias maneiras criativas:
a) Exposições e Feiras: Organize exposições ou feiras Maker onde os estudantes possam apresentar seus projetos para colegas, pais e educadores. Isso não apenas celebra suas conquistas, mas também inspira outros a participarem.
b) Publicações Digitais: Ajude os estudantes a criarem blogs, sites ou podcasts para documentar seus projetos e experiências. Isso permite que eles alcancem um público mais amplo e pratiquem habilidades de comunicação.
c) Parcerias Comunitárias: Colabore com organizações locais, instituições de caridade ou empresas para realizar projetos Maker que beneficiem a comunidade. Isso não só proporciona um senso de propósito, mas também conecta os estudantes ao mundo real.
d) Feedback e Avaliação: Promova sessões de feedback, onde os estudantes possam receber avaliações construtivas de colegas e educadores. Isso incentiva a reflexão sobre o processo e a identificação de áreas para melhorias futuras.
Ao adotar a Cultura Maker na sala de aula, os educadores estão criando um ambiente de aprendizagem dinâmico, colaborativo e envolvente. Esta abordagem estimula a criatividade, o pensamento crítico e a resolução de problemas, capacitando os estudantes a se tornarem cidadãos mais ativos e participativos em um mundo em constante evolução.