Conheça 6 curiosidades sobre o Brasil que talvez você não saiba e descubra fatos incríveis sobre sua nação.
Este ano de 2024, o IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, anunciou uma nova versão do mapa-múndi colocando o Brasil no centro do mundo, ao invés da Europa e o meridiano de Greenwich, como normalmente é feita a representação do mapa mundial.
A novidade deu o que falar nas redes sociais, gerando discussões entre quem achou um absurdo e quem aprovou o resultado, mas um ponto interessante que o novo mapa trouxe à tona foi o de pensarmos a importância do Brasil, não só no campo geopolítico, mas na perspectiva do nosso próprio povo, valorizando nosso poder econômico, nossa identidade e nossas conquistas.
Nós aprendemos que o Brasil é um país de proporções continentais, o maior da América do Sul, o quinto maior do mundo, com mais de 200 milhões de habitantes e uma biodiversidade imensa, e com esse tamanho todo fica difícil apreciar e enaltecer tudo que encontramos aqui dentro.
Para ajudar nesta tarefa, separei algumas curiosidades sobre o Brasil que você talvez não saiba ou nunca tenha ouvido falar.
O Brasil lança foguetes
Mas talvez não da maneira como você imagina. Os foguetes produzidos e lançados no Brasil são foguetes de sondagem utilizados em missões suborbitais de exploração do espaço, capazes de lançar cargas úteis compostas por experimentos científicos e tecnológicos.
Isso significa que os foguetes brasileiros chegam até o espaço, mas não tem velocidade suficiente para completar a trajetória ao redor da Terra, diferente dos foguetes orbitais que, como o próprio nome sugere, conseguem circular a órbita da Terra.
A responsável pelo programa espacial do Brasil é a Agência Espacial Brasileira (AEB) que opera um espaço porto no Maranhão, o Centro de Lançamentos de Alcântara e uma base de lançamento espacial em Parnamirim, Rio Grande do Norte, o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (que tem esse nome porque ao amanhecer, os reflexos do sol tornam as falésias do local vermelhas como fogo).
Um dos objetivos do programa espacial brasileiro é ter um veículo que coloque em órbita um satélite nacional.
O Brasil tem o Stonehenge da Amazônia
Você já deve ter ouvido falar sobre o famoso círculo de pedras localizado na Inglaterra, o Stonehenge, mas sabia que temos uma versão brasileira no Amapá?
O Amapá, tem dezenas de sítios arqueológicos, mas o mais famoso deles fica dentro do Parque Arqueológico do Solstício: o Observatório Astronômico de Calçoene, popularmente conhecido como o Stonehenge da Amazônia, por sua semelhança com o monumento inglês; são 127 rochas com mais de 4 metros fincadas no solo em formato circular em um raio de 30 metros.
De acordo com pesquisadores do Núcleo de Pesquisa Arqueológica do Instituto de Pesquisa do Amapá (NuParq/Iepa), as pedras foram erguidas por indígenas há cerca de 1.000 anos A.C. para observação astronômica e rituais. Sua disposição é feita para que no solstício de inverno, as pedras apontem para os principais astros do céu e o sol, ao meio-dia, fique na posição exata do centro da obra.
O Brasil tem um acelerador de partículas
Sirius, em homenagem a estrela mais brilhante do céu noturno, é a maior e mais complexa infraestrutura de pesquisa já construída no Brasil.
Com 68 mil metros quadrados, o acelerador de partículas brasileiro produz um tipo especial de luz, a luz síncrotron. Essa fonte de luz é usada para investigar a composição e a estrutura da matéria, conseguindo revelar detalhes das estruturas dos átomos, com aplicações em praticamente todas as áreas do conhecimento.
Localizado em Campinas, interior do estado de São Paulo, dentro do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), o Sirius é uma infraestrutura aberta, à disposição da comunidade científica brasileira e internacional, o que permite a realização de centenas de pesquisas, contribuindo para a solução de desafios científicos e tecnológicos, como a criação de novos medicamentos e tratamentos para doenças, novos fertilizantes, espécies vegetais mais resistentes e adaptáveis, novas tecnologias para agricultura, fontes renováveis de energia, entre muitas outras potenciais aplicações, com grandes impactos econômicos e sociais.
Em um novo projeto chamado Orion, o CNPEM também vai desenvolver um complexo laboratorial para pesquisas avançadas em patógenos, com instalações de alta e máxima contenção biológica (NB4), que serão inéditas na América Latina e as primeiras do mundo conectadas a um acelerador de partículas.
O Brasil tem os Jogos dos Povos Indígenas
Com o lema “O importante não é competir, e sim, celebrar”, os Jogos dos Povos Indígenas é organizado pelo Comitê Intertribal Indígena, com apoio do Ministério dos Esportes.
O evento foi criado e idealizado por Carlos Terena, um importante líder na luta pela construção da autonomia dos povos indígenas brasileiros e teve a sua primeira edição realizada em 1996, com o objetivo de integrar diferentes tribos e resgatar a celebração dessas culturas tradicionais.
As modalidades disputadas durante a competição incluem arco e flecha, cabo de guerra, canoagem, corrida com tora, natação no rio e xikunahity, conhecido como futebol de cabeça, onde ao invés do chute, a bola é empurrada com a cabeça dos participantes. Mas esportes clássicos como futebol de campo, futsal e atletismo também fazem parte da programação.
Em 2015, foi realizada em Palmas, no Tocantins, a primeira edição internacional dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, reunindo 24 etnias brasileiras e 22 delegações de outros países com o objetivo de celebrar a cultura indígena.
O evento cultural e esportivo é conhecido por fortalecer o intercâmbio intertribal e pela diversidade cultural dos povos indígenas.
O Brasil tem um dos mais difíceis treinamentos do mundo para combate na selva
O Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS) fica em Manaus, no Amazonas, e tem o objetivo de oferecer treinamento especializado para integrantes das Forças Armadas e auxiliares brasileiras, bem como militares de nações amigas, em técnicas de combate e sobrevivência na selva.
O CIGS é considerado uma referência nacional e internacional na difusão da doutrina de operações na selva, sendo um dos mais importantes Centros de Instrução de Guerra na Selva do mundo.
O local oferece cursos e estágios, além de realizar pesquisas, experimentações e capacitação de tropas para a defesa e a proteção da Amazônia brasileira. O treinamento é realizado dentro da floresta amazônica, onde se encontram 7 bases de instrução desdobradas em 1.152 km² de área de selva totalmente preservada, que equivale a 160.000 campos de futebol.
Os cursos são divididos em 3 fases: vida na selva, técnicas especiais e operações, que incluem atividades como primeiros socorros, construção de abrigos, técnicas de sobrevivência, combate em ambientes de selva, patrulha fluvial e terrestre, operações de resgate, emprego de aeronaves, módulos de tiro, lutas, entre outras.
O Brasil tem um dos mais importantes sítios arqueológicos das Américas
Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), existem mais de 26 mil sítios arqueológicos cadastrados no Brasil, entre eles o Parque Nacional da Serra da Capivara, reconhecido pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade por preservar vestígios da mais remota presença do homem na América do Sul.
Com uma área de aproximadamente 130 mil hectares, o parque fica no Piauí e ocupa parte dos municípios de São Raimundo Nonato, João Costa, Brejo do Piauí e Coronel José Dias, concentrando cerca de 400 sítios arqueológicos, com pinturas e gravuras rupestres pré-históricas, que retratam guerras, caçadas e outros aspectos do cotidiano antepassados.
O local é aberto à visitação e conta também com o Museu do Homem Americano, que mostra as experiências vivenciadas pelos homens pré-históricos na região; e o Museu da Natureza, que propõe ao visitante uma viagem multissensorial, mostrando a criação do universo e os impactos climáticos nas constantes transformações da fauna e da flora.
E aí, você já conhecia algumas dessas curiosidades?
Eu só fiquei sabendo que existia o Stonehenge da Amazônia ao ler o livro Marco Zero, da Marcia Kupstas, o que me fez ir atrás de saber mais sobre os sítios arqueológicos brasileiros.
Já o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno, eu só descobri lendo o livro Bento, do André Vianco, o que me faz pensar que nas aulas sobre a corrida espacial entre os Estados Unidos e União Soviética durante a Guerra Fria, poderíamos mencionar que também temos uma Agência Espacial Brasileira, apesar dos desafios e dificuldades que enfrentamos para termos um programa espacial consolidado.
É importante termos conhecimento sobre o potencial brasileiro para que possamos incentivar nossas crianças e adolescentes a voarem alto, enxergando oportunidades ao invés de se limitarem pelo que ainda não criamos ou desenvolvemos. Vamos valorizar nosso Brasil-sil-sil!
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