Em 2022, nós da OPEE Educação, em celebração ao Dia dos Professores, decidimos elaborar um estudo que mapeasse o cenário pedagógico e escolar brasileiro dos últimos 12 meses. Com a participação de 1.505 respondentes da área pública e privada de todas as regiões do país, o Estudo OPEE 2022 – Educadores Brasileiros foi realizado por nós em setembro de 2022 e executado pela Mercare! Educação.

Apesar das mais distintas adversidades, como a pandemia da Covid-19, a pesquisa identificou um horizonte promissor a partir do índice de motivação de 7,7 (em uma escala de 1 a 10) apontado pelos educadores sobre atuarem no setor. Otimismo e propósito são palavras associadas aos depoimentos de professores e gestores brasileiros ao serem questionados.
O Estudo também trouxe um olhar de esperança na profissão, uma vez que praticamente 60% dos respondentes não pensam em mudar de profissão, mesmo com os desafios trazidos pela pandemia, sentindo-se motivados principalmente pelo impacto que geram no mundo.
Para os educadores, a aprendizagem socioemocional e a parceria com as famílias (presente em 61,2% e 57,48% das respostas, respectivamente) lideraram o ranking de atributos para uma escola ideal. Já em relação aos desafios, as maiores dificuldades relatadas foram relacionadas à desmotivação dos alunos, à sobrecarga de tarefas dos educadores e estudantes com defasagem na aprendizagem.
Em 2023, nosso novo Estudo OPEE focou em uma temática bastante presente na vida de todos nós: o uso das tecnologias. O Estudo OPEE 2023 – Educadores Brasileiros: educando na era digital, apontou que para 67% dos educadores brasileiros as consequências da tecnologia no progresso de crianças e adolescentes é desfavorável, contra 33% que acreditam ser favorável.
Essa segunda edição da pesquisa foi realizada em setembro de 2023, com educadores de escolas públicas e privadas, desenvolvida por nós e executada pela Mercare! Educação, visando diagnosticar o cenário pedagógico e escolar brasileiro nos últimos 12 meses sobre essa temática.

Desta vez contamos com 1.746 respondentes – mais de 50% professores – de todas as regiões do país, com um conteúdo expressivo sobre a percepção dos educadores em relação à era digital e como a tecnologia pode impactar na formação e no desenvolvimento dos comportamentos infantil e juvenil.
Este ano, a avaliação média de motivação dos educadores em relação à própria carreira foi de 7,4, índice que caiu comparativamente a 2022. Dentre os grandes estímulos dos educadores estão: propósito e impacto gerados (46,79%), gosto pelo que é feito (35,85%), competência (12,08%) e garantia do sustento (5,27%).
A pandemia da Covid-19 acelerou muitos processos, como o maior uso da tecnologia, em um momento de isolamento social, cuja alternativa foi adaptar a realidade presencial à remota. Na sala de aula, isso não foi diferente: a tecnologia ganhou ainda mais espaço.
Diariamente, 32,07% dos educadores relatam utilizar a tecnologia em sala de aula. E essa frequência é justificada por 48,40% dos profissionais devido à disponibilidade de recursos tecnológicos da escola. Já em relação ao uso de celulares e de tablets nas salas de aula, 45,59% dos educadores permitem, mas estabelecem uma aplicação consciente.
Quando perguntados sobre o uso da tecnologia pelas crianças e pelos jovens, 97,02% dos educadores responderam que as crianças e os jovens estão usando excessivamente as telas sem acompanhamento familiar.
A inteligência artificial (IA) vem ganhando cada vez mais destaque nos diversos setores, inclusive no de Educação. Ferramentas como o ChatGPT, chatbot de inteligência artificial desenvolvido pela OpenAI, respondem dúvidas, criam histórias, resolvem problemas e muito mais — tudo isso com uma linguagem semelhante à humana.
Nesse sentido, outro dado interessante que a pesquisa evidencia é que 43,81% dos educadores afirmam que o tema da utilização de recursos como inteligência artificial por parte dos alunos é debatido com frequência, visto que é uma preocupação em relação à aprendizagem.
A pesquisa revela, de forma ampla, que os educadores consideram que impactos da tecnologia no desenvolvimento do comportamento infantil e juvenil são mais negativos (67%) do que positivos (33%). Dentre as grandes consequências desfavoráveis, estão a redução da interação e da convivência entre os pares (30,20%) e a dificuldade de concentração e foco (29,86%). Já os impactos positivos de destaque são a facilitação do aprendizado (44,68%) e o melhor rendimento escolar (22,70%).
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