Neste mês em que se comemora o Dia dos Professores, gostaria de deixar uma mensagem com muita alegria e algumas inspirações.
Educamos todos os dias, mas quem nos educa? Todos queremos alunos motivados, disciplinados, engajados, concentrados, envolvidos. Mas será que nós estamos praticando essas atitudes? É verdade que vivemos hoje em um contexto com telas demais, com alunos que passaram por fatores estressantes na pandemia, uma relação cada vez mais delicada com as famílias, um dia a dia apressado, principalmente nas grandes cidades, um cotidiano de violências e diversos outros fatores que dificultam o trabalho do professor. Esses desafios são questões do nosso tempo. Por isso é importante pensarmos em algumas lições de casa que podem nos ajudar a nortear o nosso desenvolvimento. Vamos à primeira reflexão:
O que você tem feito para cuidar de sua saúde? Há pessoas que ficam anos sem ir ao dentista, sem ir ao médico, enfim, o fato é que hoje existem pesquisas mostrando a conexão direta entre o corpo e a mente. Descuidar da alimentação, da atividade física, do sono, da hidratação, das atitudes de prevenção em relação à saúde é exigir demais de nosso corpo e do nosso cérebro. Existe uma unidade corpo-mente que já foi estudada e não podemos cair na narrativa de que não temos tempo para cuidar de nossa saúde.
A segunda reflexão é: Quanto tempo você dedica para aprender algo novo? Quanto tempo você dedica ao uso de livros? Muitas pessoas não leem mais ou não frequentam mais cursos, desprezando o conhecimento. Quais são as novas técnicas de aprendizado? Como funcionam as metodologias ativas? Quais são as melhores práticas da minha área? O que eu ainda não experimentei e poderia fazer? Quais professores têm melhor resultado na minha instituição e o que posso aprender com eles? Quais outras estratégias eu já tentei? Ou seja, esta reflexão se refere a pararmos para pensar se nossa aula é realmente um momento de inspiração, de troca, de conexão, ou se damos a mesma aula desde sempre.
A terceira reflexão é um convite a perceber que “dar uma aula” é sempre um ato de encontro. Entre humanos existem os encontros que geram laços e existem desencontros que geram nós. Querer apenas falar e o aluno ouvir passivamente, sem troca e sem construção conjunta de conhecimento, é desprezar que vivemos na era da interação, na era dos comentários, na era da troca. Que tal trocar, em alguma medida, nosso próprio modelo mental e nos interessarmos mais em entender quem é esse outro com quem eu falo? O que ele sente? Quais são os temas de seu interesse? Como posso entrar no mundo do jovem e da criança e me conectar melhor com eles?
Isso não significa que teremos que nos tornar YouTuber, mas ao contrário, em tempos de tecnologia, os estudos mostram que o que mais precisamos é de olho no olho, inteligência emocional, leitura em papel. O convite é: você tem dedicado tempo, espaço e energia para se conectar verdadeiramente com seus alunos? Isso é mais difícil quando não aprendemos nada novo, quando não buscamos dar uma aula diferente, ou quando estamos cansados ou conectados excessivamente em telas.
Por fim, a última reflexão que deixo é para lembrarmos de nosso propósito, de nosso papel. A motivação do educador deve partir de si, do orgulho de seu papel, da transformação social que pode gerar e em vez de pensar “o que eu quero da vida?”, se questionar “o que a vida quer de mim?”. Viktor Frankl, criador da logoterapia, principal pilar da Metodologia OPEE, costumava dizer que quando estamos na direção do sentido, a vida ‘ajuda’. O sentido do nosso trabalho é dado por nós.
Meu convite é que você lembre que o sentido, a direção e o significado do que você faz, do que você é, do que você vive, do seu impacto na vida dos seus alunos e na sociedade, é decidido por você.