Dicas

Além das fantasias de Carnaval: Frida Kahlo e sua vida de cores e paixões 

Por Maitê Amorim

Estimativa de leitura: 5min 28seg

12 de fevereiro de 2024

Ao pensar em Frida Kahlo, é fácil lembrar dos seus incríveis autorretratos, das obras com elementos ousados e das cores vibrantes que celebram a cultura mexicana e indígena.  

Com seu visual marcante, Frida Kahlo se tornou uma grande inspiração para fantasias de carnaval e outras datas comemorativas. Mas você conhece a profunda história de vida por trás das pinceladas? 

“Para que preciso de pés quando tenho asas para voar?” 

Um retrato breve de Frida 

Frida foi uma mulher complexa que se alimentou do seu espírito criativo em meio aos desafios e limitações que a vida a trouxe.  

Nascida em 1907 no México, ela foi filha de Guillermo Kahlo, um fotógrafo de origem alemã. Sua mãe, Matilde Gonzalez y Calderón, era uma católica devota com descendência indígena e espanhola. 

Frida acamada e pintando, em 1951. 

Desde jovem, ela enfrentou muitos desafios: com 6 anos, Frida contraiu poliomielite, doença que a deixou com sequelas nos pés e pernas. Por causa disso, usava calças compridas e, mais tarde, longas saias coloridas, que se tornaram uma de suas marcas. 

Aos 18, sofreu um acidente trágico que mudaria toda a sua vida: um bonde colidiu com o ônibus em que ela estava e, com o impacto, ela sofreu fraturas graves no corpo inteiro.  

Imobilizada, teve que permanecer imóvel em sua cama por meses e adentrou em um período de repouso que a fez começar a pintar: usando um espelho colado ao teto, Frida criou seus famosos autorretratos e retratou sua experiência com a dor crônica em muitas obras. 

Frida filiou-se ao Partido Comunista Mexicano ainda jovem, onde conheceu Diego Riviera, artista mexicano com quem se casou aos 22 anos e teve um relacionamento longo e conturbado, que durou até o fim da sua vida.  

O casal passou a viver na Casa Azul, onde nasceu e é hoje um museu em sua homenagem. Nessa época, ela desenvolveu o seu estilo artístico, inspirando-se principalmente na cultura popular mexicana, em elementos pré-colombianos e católicos. 

“O Quadro”, de Frida Kahlo. 

As suas pinturas suscitaram o interesse do artista surrealista francês André Breton, que organizou a primeira exposição individual de Frida em Nova York, em 1938.  

A exposição foi um sucesso e logo depois, o Louvre adquiriu uma pintura de Frida Kahlo, intitulada “O Quadro”, a tornando a primeira artista mexicana presente no museu. 

Em 1950, alguns anos antes da sua morte, Frida teve que amputar a perna, fato que lhe deixou em estado depressivo. Nesse momento, a artista disse a sua conhecida frase: “Para que preciso de pés quando tenho asas para voar?”. 

Um fato curioso é que o trabalho de Frida como artista permaneceu pouquíssimo conhecido até o final dos anos 70, quando chegou aos holofotes por meio de historiadores de arte e ativistas políticos.  

No início dos anos 90, ela se tornou não só uma figura reconhecida na história da arte, mas também um ícone para o Movimento Chicano, o movimento feminista e o movimento LGBTQIA+.  

Vida retratada nos quadros 

As Duas Fridas 

Neste quadro, Frida representa duas versões de si mesma, uma vestida com trajes tradicionais mexicanos e a outra com roupas da era colonial espanhola. Uma reflexão profunda sobre suas lutas identitárias. 

Autorretrato com Colar de Espinhos e Beija-flor 

Um autorretrato comovente que simboliza a dor de Frida, usando um colar de espinhos que atravessa seu pescoço e um beija-flor, representando a fragilidade e a beleza efêmera. 

Viva la vida 

Sua última obra, finalizada apenas alguns dias antes de sua morte, foi criada em uma época de saúde deteriorada e após uma separação dolorosa de Diego.  

É vista como uma mensagem final da artista, com o contraste do interior vibrante, fresco e doce da melancia e da casca dura que a protege.  

A melancia também é muito presente na tradicional festa mexicana “Dia dos Mortos”, quando entes queridos mortos são celebrados com cores vibrantes e comidas típicas. 

“Eles acharam que eu era surrealista, mas não era. Nunca pintei sonhos, eu pintava minha própria realidade.” 

Curiosidades sobre Frida 

>> Paixão pelos animais:  

Um aspecto muitas vezes deixado de lado é a grande paixão que ela cultivou pelos animais, que aparecem frequentemente em suas pinturas como símbolos de companheirismo e lealdade. 

Frida viveu com dois macacos, um papagaio, três cães, dois perus, uma águia, um gato preto e um cervo (ufa!) – e incorporou muitas características maravilhosas de cada um deles, retratados em muitos dos seus quadros.  

Capa do livro “Frida Kahlo e seus animalitos”, publicado pela FTD

O catálogo de literatura da FTD conta com um livro especialmente dedicado a essa parte de sua vida. Escrito por Monica Brown, “Frida Kahlo e seus animalitos” leva as crianças para conhecer a vida de Frida desde a infância, em uma biografia delicada e cheia de cores. 

Para conferir o book trailer do livro e ter o seu exemplar, é só acessar a Lumisfera, biblioteca e loja virtual da FTD Educação

>> Romance com León Trotsky:  

Frida teve um breve relacionamento escondido com o revolucionário comunista León Trotsky, que encontrou asilo no México. Os dois trocaram cartas apaixonadas, e algumas revelam detalhes íntimos sobre a vida de Frida. 

>> Frida Kahlo nas telas 

Em 2003, a vida de Frida foi retratada nos cinemas. O filme “Frida”, estrelado por Salma Hayek no papel da artista, foi contemplado com muitas indicações e prêmios importantes e está disponível para alugar na plataforma de streaming Apple TV+.  

>> Guarda-roupa vibrante e autêntico: 

Coleção de vestidos de Frida Kahlo, indentificada com a cultura matriarcal de Tehuantepec. | Reprodução:
NeoFeed

A maneira como Frida se vestia não era apenas uma escolha de moda; era uma forma de expressão artística e cultural. 

Suas roupas tradicionais mexicanas, incluindo vestidos Tehuana, eram uma manifestação de sua identidade. 

Em um mergulho profundo na vida de Frida Kahlo, encontramos uma narrativa impressionante de coragem, paixão, força interior e amor pelo México.  

Que possamos homenagear o legado dessa artista única em muitos carnavais – agora, sabendo um pouco mais sobre sua história! 

Maitê Amorim
Do jornalismo, reuniu experiência na escrita em diversas áreas. Mora em Maceió, com muito interesse pessoal nas áreas de educação, idiomas, música e literatura.
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