Confira os insights de Roberta Campanini, nossa head de Marketing, Produtos e Experiência do Cliente, sobre o evento.
Todos os anos, durante alguns dias, a cidade de Londres, no Reino Unido, se transforma na capital mundial da educação e tecnologia, com o evento global Bett Show UK.
A missão do evento é despertar ideias, criar conexões e acelerar a troca de experiências, gerando impacto e melhorando resultados para professores e estudantes. E é por meio da apresentação de tecnologias de ponta aplicadas à educação, do debate de casos e da projeção de possibilidades para o futuro, que a Bett Londres cumpre o seu papel.
Este ano, entre os dias 24 e 26 de janeiro, o evento reuniu 30.000 pessoas da comunidade educacional global, incluindo agentes de mudança na educação, fornecedores de tecnologia educacional, governos e instituições de caridade, além de contar com mais de 500 empresas expositoras,130 países representados e 300 palestrantes de classe mundial.
Considerado o mais influente evento global de educação e tecnologia do mundo, o Brasil esteve presente com uma delegação recorde de mais de 190 integrantes, entre educadores, gestores, líderes, autoridades do governo e executivos de empresas ligadas à educação.
E, a convite da ZOOM Education for Life, parceiro da FTD Educação em educação tecnológica, nossa head de Marketing, Produtos e Experiência do Cliente, Roberta Campanini, esteve no evento acompanhando as principais tendências e novidades da área educacional, para nos ajudar a compreender melhor o cenário atual e os desafios e as oportunidades do futuro.
Qual foi o principal destaque da Bett UK 2024?
Bom, o tema que reinou absoluto em toda a Feira, nos fóruns, nas salas, nas conversas e nos estandes foi o uso da inteligência artificial na educação.
E, se no ano passado a IA ainda era uma promessa para o futuro, este ano a inteligência artificial foi debatida de forma muito mais prática, com exemplos de aplicações simples e efetivas.
A Microsoft nos mostrou que a transcrição em tempo real do que uma pessoa fala pode ser muito útil dentro da sala de aula, reforçando a concentração dos alunos, já o Google apresentou uma ferramenta que pode alertar os professores a identificar comportamentos de riscos, mostrando que a IA pode ser uma aliada na promoção da saúde mental dos estudantes.
Vale lembrar que todos os palestrantes deixaram claro que a IA vai ajudar a melhorar processos, mas não vai substituir o ser humano, por isso, é preciso encontrar um ponto que calibre a inteligência artificial e a inteligência humana.
E isso é algo que, inclusive a Martha Gabriel, futurista e consultora em inovação, sempre fala, e reforçou em nossa Jornada Pedagógica: que o futuro não é digital, ele é híbrido.
É isso mesmo, na minha leitura, precisamos entender que a IA já faz parte da nossa realidade, e temos que aprender a lidar com ela de maneira adequada para favorecer o processo de ensino e aprendizagem.
Eu gosto de fazer um paralelo sobre este momento, que eu enxergo como a mesma situação que enfrentamos quando a internet e o Google chegaram até as escolas, e, ainda assim, encontramos nosso caminho.
Acredito que temos que explorar essas possibilidades de agregar sistemas de inteligência artificial na educação para melhorar a experiência dos professores e alunos e evoluirmos juntos com mais essa tecnologia.
E quais outros temas abordados na Bett vão impactar o cenário educacional?
Olha, um ponto que me chamou a atenção e acredito que nos impacte diretamente é o STEAM, acrônimo em inglês para as disciplinas Science, Technology, Engineering, Arts and Mathematics.
O STEAM é uma abordagem de ensino que integra as disciplinas de Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática, com foco na aprendizagem ativa, multidisciplinar e baseada na resolução de problemas.
Aqui, estamos falando de trilhas de aprendizagem com pensamento computacional e robótica, que estimulam a criatividade, a inovação, a empatia e o pensamento científico. E nosso parceiro ZOOM Education for Life, por exemplo, tem exatamente essa premissa de integrar pensamento computacional, cultura maker, robótica e STEAM.
Outro tema que achei muito interessante diz respeito a acessibilidade. Tenho a impressão de que aqui no Brasil a inclusão ainda é algo que precisamos adaptar nas escolas e lá fora a acessibilidade é tida como uma condição para a vida em sociedade.
Então esse foi outro assunto muito presente na Bett, inclusive mostrando como a inteligência artificial abre novas possibilidades de inclusão, com a apresentação de um aparelho ativado por voz que se conecta a praticamente quaisquer óculos e faz a leitura instantânea de livros, telas ou letreiros.
Quais outras diferenças do cenário educacional internacional chamaram a sua atenção?
Uma informação que me chamou a atenção é o fato de que 98% das escolas na Inglaterra têm telas interativas em sala de aula. Quando você conversa com os expositores dos estandes, eles partem do pressuposto que você tem telas interativas na sua escola, e aqui no Brasil essa porcentagem é de 5%, além de termos a questão da conectividade, que sabemos que não é uma realidade em todas as escolas.
Acredito que esse é mais um ponto focal para a nossa educação brasileira, que precisa melhorar a sua infraestrutura para poder desfrutar dos benefícios das tecnologias existentes e por vir.
Outra questão muito interessante é que por lá os professores, bem como as escolas, são extremamente autônomos e, diferente do Brasil, onde tudo é sistematizado, os professores e escolas têm autonomia para comprar materiais e soluções educacionais separados e só depois fazer essa sistematização do ensino.
A comitiva brasileira que esteve presente na Bett UK também contou com uma programação especial, que permitia visitas técnicas a algumas instituições britânicas de ensino, você conseguiu fazer parte deste grupo?
Infelizmente, quando eu fui fazer a minha inscrição, as vagas haviam encerrado, mas nosso gerente de soluções digitais, Harrisson Rodrigues de Souza, conseguiu, e pedi para ele dividir conosco como foi a sua experiência.
“Eu tive a oportunidade de fazer uma visita à St. Joseph’s Catholic School, uma escola católica, onde 90% dos estudantes são católicos. Era uma escola pequena, que atendia crianças de 5 a 11 anos, e tinha no total um pouco mais de 220 alunos. Não é uma escola particular, os recursos dela vêm do governo, e é uma escola que tem uma nota alta no exame nacional, que avalia as habilidades de escrita, leitura e matemática, a média deles, por exemplo é 86%, um resultado maior que a média nacional”, conta Harrisson.
“É uma escola intimista, os estudantes gostam de estudar lá, verbalizam isso falando para os pais que querem voltar no dia seguinte, e que também conta com atividades extracurriculares como, por exemplo, um campeonato de xadrez. Eu achei muito interessante ver que essa escola não tinha tantas inovações além das lousas interativas, as salas me lembravam uma escola à moda antiga, com carteira em dupla e material físico espalhado nas mesas, mas a dinâmica do professor é bem parecida com a daqui, apesar de ter tido a impressão de que eles são mais rígidos, contudo, essa é uma opinião pessoal, por ser uma questão subjetiva”, opina o gerente de soluções digitais.
Bett Brasil
Quer viver uma experiência imersiva como essa e ter a oportunidade de ficar por dentro das principais tendências e desafios da educação? Então, já anota na agenda!
A Bett Brasil, maior evento de Inovação e Tecnologia para Educação na América Latina, já tem data marcada e acontece entre os dias 23 e 26 de abril no Expo Center Norte, em São Paulo.
E é claro que a FTD Educação vai estar lá, no estande da entrada principal!
A entrada é gratuita, garanta seu ingresso aqui.