Professor

Contribuição para o fortalecimento da economia de comunhão ​

Por FTD Educação

Estimativa de leitura: 10min 26seg

15 de setembro de 2021

Gostaria de iniciar minha reflexão sobre as contribuições para o fortalecimento da economia de comunhão entre as instituições católicas de ensino a partir das preocupações e orientações do Papa Francisco nas suas encíclicas, documentos oficiais, nos seus discursos e, até mesmo, nos seus pronunciamentos em eventos de celebração.

Como responsável maior da Igreja Católica em âmbito mundial, o Papa Francisco, de forma muito direta, nos transmite a mensagem de que a identidade das instituições confessionais católicas será sempre mais fortalecida à medida que estas se tornarem capazes de fazer ressoar em todas as suas práticas pedagógicas, administrativas, de acolhimento aos alunos e no relacionamento com os seus colaboradores tudo aquilo que ele tem insistido que o façam. Em outras palavras, podemos dizer que o Papa exige que tenhamos em nossas entidades educacionais uma nova mentalidade, que nada mais é do que o espírito do diálogo, da tolerância, da colaboração e da misericórdia com os mais empobrecidos.

É, sem dúvida, uma maneira explícita de reconhecimento de que a lógica desenfreada do capitalismo atual não é compatível com os princípios da economia de comunhão. Por isso, para colocarmos em prática, primeiro, os objetivos e as motivações pelas quais os nossos santos fundadores instituíram nossas escolas e, segundo, aquilo que tanto nos tem orientado o Papa Francisco, precisamos de novos meios alternativos para administrarmos nossas escolas, como, por exemplo, a formação de uma entidade de representação, cuja responsabilidade é cuidar da missão, dos valores confessionais e do fortalecimento de cada instituição que, mesmo que financeira e administrativamente tenha sua autonomia preservada, por outro lado, está integrada a uma rede de instituições confessionais católicas que têm interesses e natureza jurídica comuns.

Neste sentido, faz-se necessário retomarmos alguns postulados que estão presentes nas primeiras páginas da Carta Encíclica “Laudato SI – Louvado sejas, meu Senhor”. Referindo-se às agressões que as sociedades atuais têm causado à nossa casa comum, entendida aqui como nossa mãe Terra ou, mesmo, o meio ambiente, o Papa Francisco nos diz: “Esta irmã clama contra o mal que lhe provocamos por causa do uso irresponsável e do abuso dos bens que Deus nela colocou. Crescemos pensando que éramos seus proprietários e dominadores, autorizados a saqueá-la.

Na intenção de identificar as raízes da crise atual, a falta de sensibilidade humana com os que passam necessidade e as fortes degradações ao meio ambiente, o Papa Francisco destaca que “A violência, que está no coração humano ferido pelo pecado, vislumbra-se nos sintomas de doença que notamos no solo, na água, no ar e nos seres vivos. Por isso, entre os pobres mais abandonados e maltratados, conta-se a nossa terra oprimida e devastada, que está ´gemendo como que em dores de parto´ (Rm 8,22). Esquecemo-nos de que nós mesmos somos terra (cf. Gn 2,7). O nosso corpo é constituído pelos elementos do planeta; o seu ar permite-nos respirar, e a sua água vivifica-nos e restaura-nos.

A transformação da natureza humana, que segundo o Papa Francisco, na Encíclica Laudato Si (p. 163), se dá pela educação e a espiritualidade ecológica, é o principal elemento que irá possibilitar a profunda e necessária mudança na forma de relacionamento das pessoas com o meio ambiente, nos modelos de gestão das organizações, na posse dos bens materiais, na riqueza e na cultura do desperdício.

Neste sentido, as escolas católicas, por meio de projeto pedagógico, que em nada negligencia os aspectos da formação técnico-científica, primam pela formação humanista, em projetos que envolvem os alunos e os professores em ações de responsabilidade social e do voluntariado. Trata-se de uma concepção educacional que se vê obrigada a se renovar para responder às necessidades da sociedade contemporânea, mas consciente do grande desafio cultural, espiritual e educativo, que implicará longos processos para a formação das novas gerações.

É, sem dúvida, o compromisso de quem assume a responsabilidade de que não basta ter consciência; é preciso formar para que os envolvidos sejam capazes de criar e manter hábitos de uma nova compreensão socioeconômica, que valorize o diálogo, a partilha e a cultura da solidariedade. Portanto, a nossa missão na área educacional não é apenas formar quadros profissionais de excelência nos aspectos técnicos e científicos; além da formação de excelência, devemos formar pessoas com plena capacidade de exercer a ampla dimensão das responsabilidades sociais e que pautem suas ações pelos fundamentos da ética, da dimensão religiosa e do respeito pela dignidade humana.

Finalmente, na árdua missão de formarmos as novas gerações, somos constantemente encorajados: pela tradição centenária da vida e obra dos nossos fundadores; e pela resiliência de mantê-las em funcionamento, apesar das dificuldades econômicas, culturais e geracionais. Nas palavras do Papa Francisco, em sua visita histórica aos Estados Unidos, são ressaltados três elementos pelos quais devemos sempre nos sentirmos fortalecidos: primeiro, temos uma história para contar; segundo, temos uma grande responsabilidade com o presente; terceiro, devemos, com esperança, olhar para o futuro. Pois o caminho da prosperidade é a capacidade de reconhecer o trabalho dos antepassados, o espírito de gratidão e a coragem para enfrentar o trabalho árduo. Todos esses são diferenciais que estão presentes em nossas instituições e nos fazem acreditar na transformação social por meio da educação, haja vista a quantidade de pessoas que estuda gratuitamente em nossas escolas, o que podemos chamar de novas formas de colocar em prática a economia da comunhão.

Pe. João Batista Gomes de Lima​ – Mestre em Ciências Contábeis pela Fundação Instituto Capixaba de Pesquisas em Contabilidade. Graduação em Administração pelo Centro Universitário São Camilo, e em Filosofia pelas Faculdades Associadas Ipiranga. Atualmente, é diretor-presidente da ANEC (Associação Nacional de Educação Católica do Brasil), presidente da Sociedade Beneficente São Camilo e Reitor do Centro Universitário São Camilo, SP.​


Quisiera comenzar mi reflexión sobre los aportes al fortalecimiento de la economía de comunión entre las instituciones educativas católicas a partir de las preocupaciones y orientaciones del Papa Francisco en sus encíclicas, documentos oficiales, en sus discursos e incluso en sus pronunciamientos en actos celebratorios.

Como máximo líder de la Iglesia Católica mundial, el Papa Francisco, de forma muy directa, nos transmite el mensaje de que la identidad de las instituciones confesionales católicas se verá siempre reforzada en la medida en que sean capaces de hacer resonar en todas sus prácticas pedagógicas, administrativas, de acogida de estudiantes y en la relación con sus colaboradores, todo aquello en lo que ha insistido. Dicho de otro modo, el Papa exige que tengamos en nuestras entidades educativas una nueva mentalidad, que no es otra que el espíritu de diálogo, tolerancia, colaboración y misericordia con los más empobrecidos.

Es sin duda una forma explícita de reconocer que la lógica desenfrenada del capitalismo actual no es compatible con los principios de la economía de comunión. Por ello, para poner en práctica, primero, los objetivos y motivaciones por los que nuestros santos fundadores instituyeron nuestros colegios y, segundo, lo que tanto nos ha orientado el Papa Francisco, necesitamos nuevos medios alternativos para gestionar nuestros colegios, como, por ejemplo, la formación de un ente de representación, cuya responsabilidad sea la de cuidar la misión, los valores confesionales y el fortalecimiento de cada institución que, incluso financiera y administrativamente tenga su autonomía preservada, pero que, por otro lado, se integre en una red de instituciones confesionales católicas que tengan intereses y naturaleza jurídica comunes.

En este sentido, es necesario retomar algunos postulados que están presentes en las primeras páginas de la Carta Encíclica “Laudato SI – Alabado seas, mi Señor”. Refiriéndose a las agresiones que las sociedades actuales han causado a nuestra casa común, entendida aquí como nuestra madre tierra o incluso el medio ambiente, el Papa Francisco nos dice: “Esta hermana clama por el daño que le provocamos a causa del uso irresponsable y del abuso de los bienes que Dios ha puesto en ella. Hemos crecido pensando que éramos sus propietarios y dominadores, autorizados a expoliarla“.

En un intento de identificar las raíces de la crisis actual y la falta de sensibilidad humana hacia los necesitados y la grave degradación del medio ambiente, el Papa Francisco resalta que… “La violencia que hay en el corazón humano, herido por el pecado, también se manifiesta en los síntomas de enfermedad que advertimos en el suelo, en el agua, en el aire y en los seres vivientes. Por eso, entre los pobres más abandonados y maltratados, está nuestra oprimida y devastada tierra, que «gime y sufre dolores de parto» (Rm 8,22). Olvidamos que nosotros mismos somos tierra (cf. Gn 2,7). Nuestro propio cuerpo está constituido por los elementos del planeta, su aire es el que nos da el aliento y su agua nos vivifica y restaura.

La transformación de la naturaleza humana, que según el Papa Francisco en la Encíclica Laudato Si’ (p.163 de la versión en portugués) se produce a través de la educación y la espiritualidad ecológica, es el principal elemento que permitirá el cambio profundo y necesario en la forma de relación de las personas con el medio ambiente, en los modelos de gestión de las organizaciones, en la posesión de bienes materiales, en la riqueza y en la cultura del derroche.

En este sentido, las escuelas católicas, a través de su proyecto pedagógico, que no descuida en absoluto los aspectos de la formación técnico-científica, destacan en la formación humanística, proyectos que implican a estudiantes y docentes en acciones de responsabilidad social y voluntariado. Es una concepción educativa que está obligada a renovarse para responder a las necesidades de la sociedad contemporánea, pero consciente del gran desafío cultural, espiritual y educativo y que llevará consigo largos procesos para la formación de las nuevas generaciones.

Es, sin duda, el compromiso de quienes asumen la responsabilidad de que no basta estar concienciados, es necesario formar para que los implicados sean capaces de crear y mantener hábitos de un nuevo entendimiento socioeconómico, que valore el diálogo, el compartir y la cultura de la solidaridad. Por lo tanto, nuestra misión en el ámbito educativo no es sólo formar cuadros profesionales de excelencia en los aspectos técnicos y científicos, sino que más allá de la formación de la excelencia, debemos formar personas con plena capacidad para ejercer la amplia dimensión de las responsabilidades sociales y guiar sus acciones por los fundamentos de la ética, la dimensión religiosa y el respeto a la dignidad humana.

Por último, en la ardua misión de formar a las nuevas generaciones, nos sentimos constantemente impulsados, ya sea por la tradición centenaria de la vida y el trabajo de nuestros fundadores, o por la resistencia de mantenerlos en pie a pesar de las dificultades económicas, culturales y generacionales.   En las palabras del Papa Francisco, en su histórica visita a Estados Unidos, destacó tres puntos, por los que debemos sentirnos siempre fortalecidos. En primer lugar, tenemos una historia que contar, en segundo lugar, tenemos una gran responsabilidad con el presente, y, en tercer lugar, debemos, con esperanza, mirar al futuro. Porque el camino hacia la prosperidad es la capacidad de reconocer el trabajo de los antepasados, el espíritu de gratitud y el valor para afrontar el trabajo duro. Todos estos son diferenciales que están presentes en nuestras instituciones y nos hacen creer en la transformación social a través de la educación, dado el número de personas que estudian gratuitamente en nuestras escuelas, que podemos llamar nuevas formas de poner en práctica la economía de comunión.

Sacerdote João Batista Gomes de LimaDirector-presidente de ANEC

O que achou dessa matéria?

O que achou dessa matéria?

Clique nas estrelas

Média da classificação 0 / 5. Número de votos: 0

Nenhum voto até agora! Seja o primeiro a avaliar este post.

mais recentes
Família
Doenças respiratórias em crianças: 6 principais e como evitar no inverno!
Professor
Formação continuada de professores: entenda mais sobre o assunto!
Formação continuada de professores: entenda mais sobre o assunto!
Conteúdo formativo
E-book: 5 estratégias para um plano de marketing de sucesso para sua escola 
E-book: 5 estratégias para um plano de marketing de sucesso para sua escola 
ansiedade infantil
Família
Ansiedade em crianças: como identificar e ajudar os mais novos?
ansiedade infantil
Ansiedade em crianças: como identificar e ajudar os mais novos?

Olá! Que bom ter você conosco! :)

O Conteúdo Aberto oferece gratuitamente conteúdos com curadoria pedagógica para estudantes, escolas e famílias.
Para ter acesso aos melhores conteúdos, efetue seu login ou cadastro:

Olá! Que bom ter você conosco! :)

O Conteúdo Aberto oferece gratuitamente conteúdos com curadoria pedagógica para estudantes, escolas e famílias.
Para ter acesso aos melhores conteúdos, efetue seu login ou cadastro:

Olá! Que bom ter você conosco! :)

O Conteúdo Aberto oferece gratuitamente conteúdos com curadoria pedagógica para estudantes, escolas e famílias.
Para ter acesso aos melhores conteúdos, efetue seu login ou cadastro: