Por vezes difícil de diagnosticar, a ansiedade em crianças tem tratamento e merece a atenção dos familiares.
Tem notado algo diferente no comportamento do seu filho? É bom lembrar que o desenvolvimento infantil engloba diversas fases, algumas mais desafiadoras que outras. Nesse processo, muitos pais podem ter dúvidas se a mudança tem a ver com ansiedade em crianças.
Sim, os pequenos também podem desenvolver esse transtorno, conforme o site do dr. Drauzio Varella, 10 a 15% da população nessa idade podem ter ansiedade. Felizmente, há tratamentos disponíveis e diversas formas de lidar com os sintomas. Em todos os casos, como você deve imaginar, o suporte da família se faz necessário.
Mas como identificar o problema e em quais situações buscar ajuda? Vamos sanar essas e outras dúvidas no post. Acompanhe!
O que é ansiedade?
A ansiedade é um sentimento comum entre as crianças, adolescentes e até em adultos, uma reação natural a eventos estressantes ou mudanças em suas vidas.
Entretanto, para algumas crianças, a ansiedade pode se tornar mais do que apenas uma resposta ocasional. Ela pode afetar diariamente seus comportamentos e pensamentos, interferindo na vida escolar, doméstica e social.
Se você perceber que a ansiedade está impactando a rotina do seu filho de forma significativa, pode ser importante buscar apoio profissional para ajudá-lo a lidar com isso.
Quais são os sintomas de ansiedade em crianças?
Você já notou seu filho ficando preocupado ou ansioso em certas situações, como quando começam a escola, vão para a creche ou enfrentam uma mudança na rotina?
Na maioria dos casos, a ansiedade nas crianças pode ser considerada normal e até útil para lidar com desafios, evitar situações de perigo e agir perante um cenário difícil.
O problema é quando os sintomas da ansiedade se tornam excessivos e persistentes, causando sofrimento significativo à criança ou adolescente. Ou seja, se a condição passa a afetar a vida dos pequenos, prejudicando sua saúde física e abalando seu estado emocional, é importante fazer uma avaliação.
Os sintomas da ansiedade em crianças podem acontecer de maneira alternada, intercalando períodos mais ou menos frequentes.
Saiba quais são os diferentes graus de intensidade e de duração da ansiedade
1. Medo generalizado
Um dos sinais de alerta é justamente o excesso de preocupações com acontecimentos considerados tranquilos. É comum, por exemplo, que crianças muito ansiosas tenham medo de ficar longe dos pais, mesmo que por poucos minutos. Elas tendem a desenvolver uma dependência extrema que só gera angústia por conta da separação.
2. Distúrbios do sono
Outro sintoma relacionado à ansiedade é a dificuldade para pegar no sono ou dormir a noite toda. As crianças que sofrem de distúrbios do sono podem ter pesadelos recorrentes e diurese noturna (fazer xixi na cama). Por esse motivo, também tendem a apresentar sonolência em horários aleatórios e inadequados à rotina.
3. Alterações alimentares
Preste atenção se os hábitos de alimentação mudaram de forma repentina. Ainda que os pequenos passem por muitas experimentações relacionadas à comida, fique de olho para que alterações aparentemente inofensivas não afetem sua nutrição. Nenhum extremo é bom, da perda de apetite ao exagero nas refeições.
4. Isolamento social
A ansiedade em crianças também pode levar ao afastamento de atividades e interações com outras pessoas. Ou seja, os pequenos passam a evitar conversas e até mesmo suas brincadeiras favoritas. É muito importante saber diferenciar os momentos saudáveis de solitude do isolamento social excessivo.
5. Aumento da irritabilidade
A falta de paciência para fazer as coisas ou lidar com outras pessoas é outro sintoma típico da ansiedade. A criança poderá apresentar acessos de raiva frente a qualquer evento frustrante, o que torna o convívio muito difícil. É comum a falta de controle dos próprios impulsos acompanhada da sensação constante de urgência.
6. Baixa concentração
Pessoas com ansiedade têm dificuldade para manter o foco nas coisas e perdem o interesse muito rapidamente. O mesmo acontece com o público infantil que sofre desse transtorno: a percepção é de que os pequenos estão sempre distraídos e perdidos em seus pensamentos, o que pode prejudicar o aprendizado.
Saiba aqui em qual fase do desenvolvimento infantil sua criança está.
Onde e quando buscar ajuda especializada?
O olhar atento dos pais ou responsáveis é essencial para entender quando buscar ajuda. Ainda que a criança faça exames regulares e tenha o acompanhamento de um médico, é crucial que a família agende uma consulta sempre que notar mudanças significativas de atitude.
Vale lembrar que os relatos de educadores também podem fornecer pistas sobre as variações de comportamento, o que torna o diálogo com a escola extremamente necessário. Lembre-se de que as crianças passam boa parte do dia no ambiente de ensino e expressam muitas de suas emoções nesse espaço.
Primeiros passos
Todo cuidado é bem-vindo quando se trata da saúde dos pequenos. Por isso, não hesite em buscar os melhores especialistas. Pediatras, psicólogos e psiquiatras são os profissionais mais indicados para avaliar e identificar os sinais de alerta, além de conduzir os tratamentos com base na realidade de cada paciente.
No diagnóstico de ansiedade em crianças, o médico procura avaliar o quanto os sintomas influenciam a rotina delas. Assim, é comum que o transtorno se confirme após a constatação de casos repetitivos, nos quais o paciente quer muito fazer algo (como dormir fora de casa ou ficar longe dos pais) e não consegue.
Portanto, com ajuda especializada, a criança terá um canal diferente para se abrir e falar o que sente, de modo que todos à sua volta compreendam melhor o cenário. Sem contar que profissionais experientes dominam as melhores técnicas para estimular a comunicação com os pequenos e desenvolver a inteligência emocional.
Como controlar uma crise de ansiedade?
Como a família pode contribuir para ajudar as crianças com ansiedade?
A família tem papel fundamental na melhora dos sintomas e deve estar presente em todas as etapas de tratamento da ansiedade em crianças. Afinal, é nos pais e responsáveis próximos que os pequenos mais confiam e depositam suas expectativas de acolhimento. Veja, a seguir, algumas dicas de como ajudar.
Estímulo ao diálogo
Por mais transparentes e comunicativas que sejam, as crianças nem sempre sairão falando o que sentem. Cabe aos pais estimular essa expressão diária das emoções — relacionadas ao dia a dia na escola, em casa e em qualquer outro ambiente que seus filhos frequentam.
A família tem papel fundamental na melhora dos sintomas e deve estar presente em todas as etapas de tratamento da ansiedade em crianças.
Alívio da pressão
A disciplina e a colaboração são valores importantíssimos para uma relação harmoniosa entre pais e filhos. Acontece que, munidos de boas intenções, os adultos podem acabar invadindo o espaço dos pequenos e exigindo muito deles. O segredo é equilibrar as demandas e evitar pressões de todos os tipos.
Adoção de hábitos saudáveis
Dormir bem, praticar atividade física e manter uma dieta equilibrada são pilares essenciais para uma vida saudável. Ao estimularem bons hábitos e servirem de exemplo positivo, os familiares criam condições para agir preventivamente contra o adoecimento físico e mental dos pequenos.
Conseguimos tirar suas principais dúvidas sobre ansiedade em crianças? Tenha em mente que essas dicas devem apenas complementar a orientação de um profissional, lembrando que cada paciente tem individualidades a serem respeitadas.
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