Família

Melhorando a comunicação com crianças: 6 questões para te ajudar!

Por FTD Educação

Estimativa de leitura: 11min 14seg

28 de março de 2024

A comunicação com crianças pode ser muito mais efetiva com diálogo aberto e empatia. Entenda!

Se as relações humanas dependem de interações constantes, é esperado que a comunicação com crianças tenha impacto direto na sociedade e na vida dos futuros cidadãos. Como pai, mãe ou outra figura responsável pela nova geração, você certamente busca formas de melhorar essa troca, certo?

Sabemos o quanto a educação dos pequenos pode ser desafiadora e marcada por altos e baixos. Ainda assim, vale lembrar que nenhuma família está sozinha na busca por uma infância mais feliz e saudável. E uma das maneiras de começar esse trabalho é investir, desde cedo, na boa comunicação com crianças.

Quer saber como fazer isso e quais cuidados incluir no dia a dia? Continue a leitura e confira 6 dicas importantes!

A importância da boa comunicação

Debater ideias, compartilhar percepções, anunciar acontecimentos — é ampla a lista de atividades que dependem da comunicação. Estamos sempre trocando informações com outras pessoas, seja de forma direta (presencial), seja por meio de dispositivos e aparelhos (como rádio, celular e computador).

A boa comunicação garante um convívio agradável em qualquer ocasião e ambiente, sendo benéfica para todas as pessoas. Ela se faz necessária ao funcionamento eficaz da nossa sociedade. Por isso, precisa ser trabalhada desde a infância.

Veja abaixo excelentes motivos para valorizar essa habilidade em seu núcleo familiar

1. Garantir a compreensão de qualquer assunto

Uma pessoa com boa comunicação consegue entregar sua mensagem aos demais sem dificuldade. Isso evita falhas na compreensão do assunto e possíveis conflitos. É com a expressão adequada que levamos ideias adiante e colaboramos com o mundo, compartilhando o que realmente importa.

Pense no valor disso em diversos espaços: da escola que frequentamos na infância ao ambiente de trabalho que ocupamos na vida adulta. Sem comunicação eficaz, dificilmente avançamos em direção aos nossos objetivos.

2. Resolver conflitos e definir acordos

As interações também são necessárias no momento de lidar com desafios. Na comunicação com crianças, por exemplo, é crucial que os responsáveis expliquem o que precisa ser feito, sem rodeios ou palavras difíceis. Da mesma forma, quando algo desagrada, é preciso conduzir um diálogo transparente sobre a situação.

Se os pequenos aprendem a demonstrar o que sentem desde cedo, mais facilidade terão para enfrentar conflitos em diferentes faixas etárias. A resolução deve ser prioridade para definir acordos justos.

3. Construir relações saudáveis

Todos os tipos de relacionamentos se beneficiam com uma comunicação adequada. É uma habilidade que fortalece os laços interpessoais e favorece conexões duradouras com grupos distintos: familiares, amigos, colegas da escola/faculdade e parceiros de profissão.

Na carreira, por exemplo, comunicar-se de forma convincente ajuda em diversos cenários, como defender uma ideia, motivar colaboradores do mesmo time e negociar a venda de um produto.

4. Criar identidade individual e coletiva

A comunicação é nosso principal veículo para transmitir valores, normas e tradições, tanto que tem um papel vital na formação da cultura de um povo. Por meio de ações diversas, essa habilidade permite às pessoas se conectarem com sua comunidade e com aquilo em que acreditam.

Além de fortalecer ideias coletivas, a boa comunicação se torna uma grande aliada do indivíduo que deseja se posicionar em determinadas situações. Isso porque garante que a mensagem certa será apresentada e compreendida.

5. Aprimorar o desenvolvimento pessoal

Investir na boa comunicação com crianças não só contribui para o desenvolvimento cognitivo, como também gera impactos positivos na vida adulta. Afinal, uma pessoa que domina essa habilidade tem melhores condições de expressar medos, angústias, expectativas e tudo aquilo que faz parte de seus pensamentos.

Como resultado, é possível aprimorar o desenvolvimento pessoal ao longo dos anos. Em outras palavras, o indivíduo passa a entender melhor o mundo à sua volta, a si mesmo e aos demais.

As diferenças entre a comunicação com adultos e crianças

Antes de abordar esse tópico, precisamos reforçar que todo indivíduo, independentemente da idade ou nível de desenvolvimento, merece ser ouvido. Ou seja, as crianças jamais devem ser tratadas como seres passivos, que apenas absorvem os exemplos dos adultos e reproduzem seus comportamentos.

O incentivo às interações com falas, gestos e demais práticas deve surgir quanto antes para que os pequenos se sintam à vontade para expressar o que sentem. Também é importante considerar as diferenças entre os adultos e as crianças para adequar a comunicação a cada público. Saiba mais a seguir.

Linguagem e vocabulário

Palavras difíceis e com significados complexos podem dificultar as trocas com as crianças. O ideal é reservar termos mais técnicos ao mundo dos adultos e priorizar, nas conversas com os pequenos, as expressões breves e simples. Escolha sempre frases curtas e claras, evitando o uso de gírias e/ou jargões.

Estrutura da conversa

O ritmo e a densidade do diálogo também mudam na comunicação com crianças. Como elas tendem a se distrair mais facilmente, é crucial apostar em frases breves e, se necessário, repetir a mensagem. Pense que as novas gerações não estão preparadas para discussões tão aprofundadas e podem ficar entediadas rapidamente.

Nível de compreensão

Enquanto os adultos têm bagagem suficiente para compreender diversos assuntos, processando informações de forma complexa, as crianças precisam que os conteúdos sejam apresentados de maneira mais concreta e visual. Para elas, é interessante fornecer contexto e outros recursos, como imagens.

Abordagem emocional

Você deve imaginar que a empatia é bem-vinda em todas as situações, certo? Pois bem, na interação com crianças, ela precisa ser trabalhada com mais intensidade, para que as emoções (muitas vezes confusas) dos pequenos sejam validadas. Os pais conseguem compreender melhor essas características com tempo de qualidade.

Forma de feedback

Na comunicação com crianças, as respostas e as reações a seus comportamentos devem ser construtivas. Uma boa opção é reforçar ações desejáveis com feedbacks positivos, demonstrando que aquele tipo de prática merece reconhecimento. Já os adultos permitem um retorno mais direto e detalhado, dependendo do contexto.

Foco e objetivo

Ainda que a educação esteja no centro das atividades voltadas às crianças, todo aprendizado desse público pode acontecer de forma mais lúdica. Tanto é que os jogos e as brincadeiras são comumente aproveitados para prender o interesse dos pequenos nas tarefas e fazer com que queiram repetir a dose.

As 6 formas de melhorar a comunicação com crianças

Adaptar as abordagens à idade e ao estágio de desenvolvimento é muito importante para garantir uma compreensão eficaz e construir relações positivas. Lembrando que não existe uma única forma de interagir com as crianças, apenas boas práticas que podem ser aproveitadas por todas as famílias. Veja agora algumas delas.

1. Tenha uma boa escuta

Sabemos que a vida adulta sempre terá compromissos e algumas preocupações. Por conta de estresse no ambiente de trabalho ou problemas pessoais, por exemplo, muitos pais não conseguem dedicar tempo suficiente às interações com seus filhos. No entanto, a comunicação com crianças precisa ser praticada e fortalecida todos os dias.

A prática da escuta ativa é bem-vinda em qualquer cenário porque consiste em ouvir atentamente o que o outro está dizendo. Ou seja, por mais que o seu dia esteja cheio e seus pensamentos focados em determinadas situações, é crucial parar tudo o que está fazendo no momento em que a criança decide se expressar.

2. Use palavras e entonações gentis

Todo mundo quer ser bem tratado, independentemente do tipo de interação que estiver ocorrendo. Isso também vale para as crianças, que são muito mais propensas a participar de um diálogo quando ele é conduzido de forma tranquila, com palavras gentis e entonações adequadas ao nível de ruído do ambiente.

Sempre que quiser comunicar algo aos pequenos, faça esse ajuste na sua linguagem e no seu tom de voz. Isso não significa que você deva mudar totalmente a forma de falar, mas alterar alguns detalhes para que a troca comece de um jeito agradável.

3. Diminua as expressões negativas

Aqui, não se trata de evitar o tal do dizer “não” a todo custo. A comunicação com crianças pode e deve incluir respostas negativas, desde que venha acompanhada de explicações. Nem sempre elas sabem o motivo de terem seus pedidos negados, por isso, cabe aos adultos deixar isso bem claro para evitar confusões.

Em vez de um “não” isolado, é importante fornecer detalhes que indiquem a impossibilidade de realizar algo no momento: “não podemos ir ao parque porque já está tarde e escuro”, ou “não vamos comer sobremesa agora porque combinamos que o almoço sempre vem primeiro”.

4. Demonstre interesse com perguntas

Além de praticar a escuta ativa, busque formas de mostrar que você está totalmente presente na interação com as crianças. Troque olhares durante a conversa, faça gestos afirmativos com a cabeça, expresse surpresa e alegria no olhar. Também evite direcionar sua atenção a outras coisas, como celular ou televisão.

Sempre que possível, experimente fazer perguntas sobre o dia a dia na escola, sobre as experiências com novas brincadeiras e as interações com outras pessoas. É um cuidado valioso para aplicar com constância, tanto no cotidiano quanto nas férias em família, para demonstrar carinho e acolhimento.

5. Reconheça os sentimentos da criança

Nem sempre será possível compreender o real motivo de uma frustração apresentada pela criança. Nesses momentos, é preciso ter paciência e jogo de cintura para deixar que as emoções sejam expressadas, mesmo que de forma difícil.

Na infância, muitas sensações tendem a ser bastante confusas e, às vezes, o máximo que os pais podem fazer é ouvir e esperar que o turbilhão passe. É nessas horas que o conforto de um abraço ou a simples presença de um adulto tendem a ser mais efetivos que verbalizar a comunicação com os pequenos.

6. Compartilhe seus sentimentos

Já parou para pensar que as crianças também se interessam pelo que você tem a dizer? Não caia no erro de cumprir apenas o papel de quem orienta e coleta informações. Os adultos também devem exercitar o hábito de expressar o que sentem e esperam de determinada situação.

Mostrar vulnerabilidade não é ruim, muito menos compartilhar aquilo que incomoda. É claro que você fará tudo de forma adaptada, sem tornar a linguagem pesada ou excessivamente negativa. O importante está na troca sincera, que fortalece conexões e ajuda a desenvolver a empatia.

O valor da Comunicação Não Violenta

Boa parte das práticas listadas até aqui constituem o método da Comunicação Não Violenta (CNV). Criado por um psicólogo norte-americano chamado Marshall Rosenberg, o modelo tem como objetivo promover as conexões empáticas entre as pessoas e estimular o diálogo livre de críticas, julgamentos e acusações.

Trata-se de uma ferramenta valiosa para orientar pais, educadores e qualquer outro indivíduo que participe da criação dos pequenos. A CNV pode ser aplicada tanto nas atividades de ensino quanto nas demais rotinas da infância, incluindo as férias em família, os programas de lazer da semana e o cotidiano domiciliar.

Por defender que a comunicação com crianças aconteça em ambientes acolhedores e seguros, a CNV contribui para um desenvolvimento mais feliz e saudável. Ela deve estar baseada no fortalecimento de vínculos, na redução da agressividade, na consciência dos efeitos das próprias ações e na construção de confiança.

Conheça os quatro pilares da CNV

  • Influência: representa a capacidade de expressar necessidades e desejos com clareza, sem exigir nada de terceiros. A interação deve ocorrer sem controles ou manipulações, a fim de encontrar soluções que atendam ambas as partes;
  • Comunicação: refere-se à troca de informações de forma honesta, de modo que inclua tanto a parte verbal quanto a demonstração de sentimentos por meio de expressões faciais e linguagem corporal;
  • Consciência: diz respeito à capacidade de observar os próprios pensamentos e emoções, sem desconsiderar aquilo que os outros podem sentir. Isso cria um ambiente com mais empatia e favorável à compreensão mútua;
  • Linguagem: tem a ver com a maneira como expressamos as coisas. O ideal, de acordo com o método, é que todas as pessoas sejam estimuladas a comunicar o que pensam com sinceridade, sem receber críticas.

Ficou claro que a comunicação com crianças precisa da atenção de todos. É com esse cuidado que a sociedade terá cada vez mais êxito na criação de ambientes acolhedores, que permitam a expressão das diferenças e viabilize relações saudáveis entre as gerações.

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