Explore estratégias de feedback eficazes para melhorar o desempenho acadêmico e institucional a partir de avaliações externas.
A FTD Educação oferta uma gama de soluções de avaliação educacional que produzem evidências das aprendizagens dos estudantes e apoiam as escolas no acompanhamento e desenvolvimento das competências e habilidades.
A partir destes resultados, as equipes pedagógicas escolares podem identificar quais são as melhores metodologias para ampliar a capacidade de aprender dos estudantes.
Além desse trabalho focado das escolas, é importante colocar o aluno no centro desse processo avaliativo para fortalecer o seu protagonismo em sua aprendizagem. Por isso, criar momentos de feedback, individual ou coletivo, após a aplicação de um processo avaliativo, é importante para comunicar ao estudante o que se espera dele e traçar caminhos de melhoria.
Um dos primeiros pontos é comunicar aos estudantes qual o significado pedagógico dos indicadores que sintetizam o desempenho.
A nota é muito mais que um número que classifica os estudantes, ela representa conhecimento e a capacidade que o estudante demonstrou, a partir do instrumento avaliativo utilizado para aferir sua aprendizagem. Portanto, o primeiro passo é ajudar o estudante a compreender o significado desse indicador.
Por exemplo, a nota do ENEM nas questões objetivas é obtida pela coerência pedagógica e modelo de correção pela Teoria de Resposta ao Item – TRI. Uma avaliação corrigida pela TRI é baseada numa matriz de referência que indica as habilidades esperadas e os itens são classificados em fáceis, médios e difíceis.
Assim, a nota do ENEM é medida pelo acerto, mas também pela coerência pedagógica demonstrada pelos estudantes que, ao acertarem um item difícil também devem acertar os itens médios e fáceis. Quando isso não acontece, impacta a nota do estudante.
Sendo assim, se um estudante alcança a nota de proficiência 600 em uma área do conhecimento, significa que esse aluno manteve a coerência pedagógica, dentro dessa faixa de proficiência nas habilidades avaliadas.
Logo, para melhorar os resultados, o estudante precisa aumentar o índice de acerto nos itens com maior proficiência, mantendo os acertos nos itens de menor proficiência.

Outro ponto importante é definir a melhor abordagem para o feedback, de acordo com o fenômeno observado a partir das evidências trazidas pela avaliação. Um feedback coletivo é indicando quando as evidências demonstram um fenômeno que ocorre em um grupo.
Pegando exemplo da nota do ENEM, poderíamos dizer que o feedback coletivo é recomendável quando é identificando que um grupo de estudantes demonstrou dificuldade em determinada habilidade, impactando a nota deste grupo como um todo.
O professor pode fazer uma retomada, dialogando com o grupo de estudantes para compreender o que os levou a escolher as respostas erradas e, a partir disso, alinhar o entendimento sobre a habilidade e o conteúdo.
Já o feedback individual é recomendável para discutir os resultados e metas de cada estudante independentemente dos resultados obtidos por eles.
Quando o estudante participa de uma avaliação externa, ele tem a oportunidade de ampliar a percepção de seu aprendizado, a partir de uma referência diferente da que ele possui em sala de aula.
Conversar com o estudante sobre esses resultados, discutir os pontos de dificuldade e coletar informações sobre o que o levou às respostas corretas, ajuda o estudante a consolidar o conhecimento e ter orientações sobre como pode aprimorar as habilidades avaliadas.
Para finalizar, vamos colocar um resumo dos passos que consideramos importantes para criar momentos de feedbacks assertivos e positivos para os seus estudantes:
- Comunique o significado pedagógico dos indicadores;
- Demonstre o que está sendo avaliado;
- Escolha a melhor abordagem;
- Defina um roteiro para conduzir a conversa e manter o foco nas informações essenciais;
- Evite trazer afirmações que podem estigmatizar os estudantes;
- Ao final, incentive o estudante a escolher ações que podem contribuir para que ele aprenda mais.
Esperamos ter contribuído para ampliar o seu repertório sobre os processos avaliativos. Contem com a gente sempre!
Referência: Black, P., & Wiliam, D. (1998). Assessment and Classroom Learning. Assessment in Education: Principles, Policy & Practice, 5(1), 7-74.
*Este artigo foi desenvolvido pela equipe de Avaliação Educacional da FTD Educação.