Em um tempo em que nos deparamos com a inteligência artificial, com o Chat GPT, óculos virtuais remodelando de forma bastante impactante não só o mercado de trabalho, mas o nosso cotidiano, é mais do que necessário refletirmos sobre os nossos projetos de vida.
O mundo acadêmico abraçou a importância das competências sociais e emocionais. Está bastante claro, por meio de muitas pesquisas, que é preciso dedicar esforços na sala de aula e na sala de casa para formarmos cidadãos de forma integral e integrada.
Até mesmo em processos seletivos para um emprego ou na hora de alguém investir em uma startup perguntarem “Qual sua paixão?”, “O que lhe move?”, “Qual o significado de sua missão profissional?”, “Qual legado você quer deixar para a sociedade?”, “Comente uma situação em que mostrou empatia?”, “Quais responsabilidades você assume no cotidiano de sua família e com seus amigos?”.
Assim, ter um projeto de vida como norteador de nossas escolhas, pode se constituir um grande diferencial, afinal de contas, os projetos de vida são as sementes do amanhã, que norteiam nosso modo de pensar, sentir e agir diante do passado (ressignificando nossas experiências pregressas), diante do presente (nos permitindo uma autogestão emocional e atitudinal), e também em relação ao futuro (balizando nossas escolhas de forma sadia e construtiva).
Nesse momento em que saímos da era da informação para a era da transformação, uma vez que as novas tecnologias se mostram muito mais eficazes do que nós no que se refere ao armazenamento e manejo de dados e fatos, devemos nos perguntar: qual o papel do humano? Do professor? De cada um de nós nesse novo cenário?
Por enquanto, responder a questões sobre o sentido da vida, como construir uma amizade, como superar uma traição, o que é a alma, como encontrar um propósito na vida, a importância do perdão, ainda são muito melhor trabalhadas em rodas de conversa, em momentos de olho no olho, ou mesmo naquele tão precioso momento em que buscamos um psicoterapeuta ou um líder espiritual.
Não temos como competir com as tecnologias no que diz respeito à informação, mas somos ainda muito melhores do que elas na capacidade de transformarmos o mundo a partir de nossos valores mais preciosos, decidindo com sabedoria o que fazer inclusive com as inúmeras informações das quais dispomos hoje.
É no momento da escolha que podemos lapidar nosso futuro. O futuro chegou, e com ele a vida nos convocando ao sentido que queremos e nos comprometemos. Definir o sentido de nossas vidas e o sentido que nossa existência terá para os demais é mais um grande diferencial humano, o qual se constitui a partir de um projeto de vida nobre.
