Ninguém está livre de cometer vícios de linguagem, e conhecê-los é o primeiro passo para evitar seus efeitos negativos.
Conhecer os principais vícios de linguagem é importante para qualquer pessoa que queira melhorar sua comunicação. Em especial aos estudantes que estão em fase de preparo para o vestibular e outras provas, esse entendimento pode ser um diferencial nos resultados das avaliações.
Existem vários tipos de vício de linguagem, tanto que é comum que mais de um deles aconteça no momento de escrever ou de transmitir uma mensagem verbal. Se você tem interesse em compreender melhor o assunto para aprimorar os seus textos e falas, saiba que chegou ao lugar certo.
Continue a leitura e aproveite para tirar as suas dúvidas!
O que são vícios de linguagem?
São todos os erros ou desvios que as pessoas cometem no uso da língua, de forma intencional ou não. Bons exemplos estão na repetição excessiva de termos, nas construções confusas de frases ou no emprego inadequado de algumas palavras.
Essas falhas nem sempre são percebidas no dia a dia, mas podem afetar a maneira como os leitores e ouvintes interpretam determinadas mensagens. Ou seja, vale a pena evitar que façam parte da sua rotina de estudos ou até mesmo daquele bate-papo mantido com os amigos pelo celular.
O vício de linguagem prejudica a fluidez da conversa ou do texto, causando ruídos na troca de ideias e enfraquecendo, em muitos casos, a força argumentativa
Quais são os 11 principais tipos?
Os vícios de linguagem podem surgir em variadas situações, alguns mais na fala, outros na escrita. De qualquer forma, é muito importante prestar atenção nessas ocorrências para evitar excessos que prejudiquem sua comunicação em diferentes meios. Veja alguns exemplos.
1. Redundância
Consiste no uso de termos ou expressões desnecessárias quando o significado da mensagem já está implícito. Ela ocorre quando você diz “subir para cima” ou “sair para fora”, visto que as primeiras palavras de ambas as frases dão conta, sozinhas, de explicar a ação. Diminuir a redundância deixa o texto mais claro e direto.
2. Pleonasmo
Esse vício nada mais é que repetir uma ideia já descrita na frase, o que só reforça seu significado. O pleonasmo pode ser vicioso, como na expressão “ouvir com os ouvidos”, ou estilístico, como na expressão “rir o seu riso mais sincero”. As duas situações tornam a mensagem cansativa e empobrecem o conteúdo.
3. Estrangeirismo
É o uso de outros idiomas, como a língua inglesa, para substituir termos que já existem na língua nativa. No nosso país, por exemplo, o estrangeirismo aparece quando usamos “feedback” no lugar de “retorno” ou “job” no lugar de “trabalho”. É uma escolha que tende a empobrecer o uso do português.
4. Cacofonia
Entre os vícios de linguagem, é um dos mais difíceis de evitar porque engloba termos que nem sempre podem ser substituídos. A cacofonia ocorre quando temos duas ou mais palavras que, juntas, soam como outro termo. Por exemplo, se você enunciar “peguei com uma mão”, o ouvinte poderá entender “peguei com um mamão”.
5. Barbeirismo
Esse vício representa o uso incorreto de palavras ou expressões, de modo que viole as normas da língua. É o caso da expressão “menas pessoas”, que indica falta de domínio das regras gramaticais. O barbeirismo deve ser evitado tanto nos textos quanto nas falas por comprometer a clareza da comunicação.
6. Ambiguidade
Essa falha acontece quando uma expressão pode ser interpretada de diversas formas, gerando dúvidas. Veja como exemplo a seguinte frase: “Isabel encontrou a amiga sorrindo”. Nesse cenário, a ambiguidade existe porque ninguém saberia dizer, com toda a certeza, se era a Isabel que sorria ou se era a sua amiga.
7. Gerundismo
Como o nome indica, esse vício representa o uso exagerado de verbos no gerúndio, algo que se tornou comum nos atendimentos ao público. É o caso das frases: “vou estar conferindo” e “você pode estar observando”. Nos exemplos, respectivamente, é possível evitar a prolixidade com as formas “vou conferir” e “você pode observar”.
8. Hiato
Diferentemente de muitos vícios de linguagem, o hiato não é um erro. Ainda assim, deve ser evitado por tornar as leituras arrastadas, o que pode deixar um texto maçante. Ele ocorre quando duas vogais se encontram em sílabas diferentes, criando um som prolongado como o das palavras “saída” e “amendoim”.
9. Preciosismo
É o uso de termos e construções rebuscadas ou excessivamente formais, que dificultam a compreensão de uma mensagem. O preciosismo acontece quando você prefere usar “fenestra”, por exemplo, no lugar da palavra “janela”, algo que tende a deixar o conteúdo muito complicado de entender.
10. Obscuridade
Esse vício tem efeito parecido com o anterior e consiste no uso de linguagem complexa ou difícil, que atrapalha o entendimento da mensagem. A obscuridade surge em trechos como este: “a intersecção ontológica das ideias metafísicas prejudica a praxis cotidiana.” Percebe como é tudo muito confuso?
11. Eco
O nome também dá pistas do que se trata. Pois bem, o eco nada mais é que a repetição de sons parecidos ou idênticos em palavras muito próximas, o que gera uma sonoridade incômoda. É como se você criasse rimas de forma não proposital, como no caso da frase “ela mente de forma frequente, gente!”.
Como evitar um vício de linguagem?
A melhor maneira de reduzir a ocorrência dos temidos desvios de linguagem é investir no aprendizado contínuo, ou seja, estar sempre em contato com as normas da gramática e das boas práticas de redação. Pense que todo esforço será compensado com uma comunicação mais eficaz.
Também é importante revisar constantemente a forma como você fala e escreve, a fim de identificar padrões inadequados. No caso dos textos, basta realizar leituras frequentes e, vez ou outra, pedir que outras pessoas consultem o conteúdo e apontem possíveis falhas.
Na parte da fala, a dica é ouvir os áudios enviados aos seus contatos e até gravar apresentações suas sobre determinado assunto. Assim, enquanto avalia o jeito de expressar suas ideias, também aproveita para fixar assuntos que considera importantes.
Lembre-se de que o consumo de conteúdos de boa qualidade, independentemente do formato, é uma excelente forma de evitar os vícios de linguagem. Sempre que possível, você deve buscar caminhos para ampliar o vocabulário e corrigir diferentes tipos de erros.
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