O Dia da Mulher é mais do que uma data no calendário: é um chamado para enxergar além. Sua origem remonta às lutas operárias do século XX, quando mulheres exigiam melhores condições de trabalho, direitos políticos e igualdade social.
Em 8 de março de 1917, operárias russas deram início a greves e manifestações que impulsionaram a Revolução Russa, consolidando essa data como um marco global da luta feminina. Antes disso, movimentos sufragistas em diversos países já reivindicavam o direito ao voto e maior participação política.
Mais do que uma celebração, o Dia Internacional da Mulher é um lembrete das conquistas alcançadas e das barreiras que ainda precisam ser superadas.
Ainda hoje, desigualdade salarial, violência de gênero e a sub-representação feminina em cargos de liderança mostram que a luta continua.
O Dia da Mulher é, portanto, uma oportunidade para escutar vozes que antes foram silenciadas e celebrar aquelas que, apesar de tudo, nunca deixaram de contar histórias. Na literatura, no cinema e nos podcasts, as mulheres seguem ampliando perspectivas e ressignificando narrativas.
Três mulheres, três legados para se inspirar no Dia da Mulher
O olhar de Agnès Varda nunca foi óbvio. Seus filmes flutuam entre o documental e o onírico, como Cléo das 5 às 7, em que cada minuto é um convite à percepção do tempo, da identidade e do feminino. Filmes dirigidos por mulheres, como os de Varda, nos ensinam a enxergar o mundo por ângulos inesperados. Filmes e séries dirigidos por mulheres que retratam histórias femininas são essenciais para ampliar a diversidade de perspectivas no audiovisual.
Nos livros de Aline Bei, a literatura se faz arte. Em A Coreografia do Adeus, a autora apresenta uma narrativa sensível sobre as dores e descobertas da vida, explorando temas como amadurecimento, laços familiares e identidade. Sua escrita poética transforma as palavras em uma experiência imersiva. Assim como nas obras de Aline, escritoras femininas que você precisa conhecer oferecem novas abordagens e questionamentos fundamentais sobre o mundo em que vivemos.
Se no teatro sua presença é visceral, no cinema Fernanda Torres demonstrou uma profundidade interpretativa única, trazendo complexidade e autenticidade a seus personagens. Sua trajetória mostra como filmes e séries sobre mulheres fortes são fundamentais para ampliar a representatividade feminina no audiovisual. A cada personagem que interpreta, Fernanda dá voz a histórias que ultrapassam o entretenimento e se tornam parte de um diálogo maior sobre identidade e reconhecimento.
A arte como trilha: a jornada de Fernanda Torres e sua relevância no Dia da Mulher
Entre tantas mulheres que marcaram o cinema, uma brasileira levou sua presença além das fronteiras: Fernanda Torres. Sua atuação em Ainda estou aqui (2024) lhe rendeu o prêmio de Melhor Atriz no Satellite Award e uma indicação ao Oscar.
Mais do que uma coleção de prêmios, sua trajetória reflete algo maior: a luta por espaço no cinema, onde as vozes femininas ainda precisam se afirmar. Como Fernanda Torres, muitas mulheres têm transformado o audiovisual, abrindo caminho para outras gerações de cineastas e atrizes. Filmes e séries sobre mulheres fortes desempenham um papel essencial na representatividade feminina, garantindo que suas narrativas sejam contadas de forma autêntica e profunda.
Histórias para ouvir, ler e ver
Neste Dia da Mulher, permita-se mergulhar em narrativas criadas por mulheres. Aqui vão algumas dicas para você:
1. Livros escritos por mulheres e publicados pela FTD Educação:

A angústia das pequenas coisas ridículas – Luisa Geisler: Um livro sensível que aborda o crescimento e os desafios da juventude contemporânea.

Minha família Enauenê – Rita Carelli: Uma obra que apresenta uma visão única sobre a cultura indígena, promovendo reflexões sobre diversidade e identidade.

Vovó tem alzha…o quê? – Véronique Van Den Abeele: Um livro infantil que trata com delicadeza a questão do Alzheimer e a relação intergeracional.
2. Filmes e séries dirigidos por mulheres:
• Nomadland – Chloé Zhao: Um drama que acompanha Fern, uma mulher que decide viver como nômade após a crise econômica, explorando temas como liberdade e pertencimento.
• Que Horas Ela Volta? – Anna Muylaert: O filme retrata as complexas relações entre patrões e empregadas domésticas no Brasil, abordando desigualdade social e afeto.
• Retrato de uma Jovem em Chamas – Céline Sciamma: Um drama visualmente impactante sobre a relação entre uma pintora e sua modelo, explorando questões de identidade e desejo.
3.Podcasts apresentados por mulheres para inspirar e informar:
• Mamilos – Conversas profundas sobre sociedade, política e comportamento, trazendo uma visão feminina e empática para os temas discutidos.
• Gostosas também choram – Reflexões profundas sobre as questões femininas, abordando temas como autoaceitação, desafios diários e saúde mental.
• Bom Dia, Obvious – Um podcast que combina reflexões sobre bem-estar e desenvolvimento pessoal, trazendo insights para uma vida mais equilibrada.
Por que consumir mais produções feitas por mulheres?
Neste Dia da Mulher, convidamos você a perceber que escritoras, cineastas e podcasters moldam nossa forma de ver o mundo. Um livro não é só um livro; um filme não é só um filme.
São possibilidades de novas perspectivas da realidade. Quando escolhemos consumir produções feitas por mulheres, estamos ampliando repertórios e contribuindo para que essas vozes ganhem ainda mais espaço.
No contexto brasileiro, consumir produções feitas por mulheres é um ato de resistência e transformação cultural. Filmes e séries dirigidos por mulheres que retratam histórias femininas são peças fundamentais na construção de um imaginário mais diverso e inclusivo.
Neste Dia da Mulher, escolha uma dessas obras e permita-se mergulhar, porque toda grande história merece ser ouvida e compartilhada.