A base para o desenvolvimento das crianças está na relação familiar. Entenda como a vida na infância impacta a adolescência e a fase adulta!
Como não nascemos sabendo como nos comportar em sociedade, temos que aprender muitos dos comportamentos no ambiente que nos rodeia enquanto crescemos. Para a maioria de nós, esse aprendizado começa com a relação familiar em casa.
Para fazer uma analogia, se você estivesse construindo um arranha-céu, você precisaria ter certeza de ele ter uma base sólida para que o resto do edifício pudesse permanecer alto e forte por muitos anos.
Se a base não for forte, o edifício terá dificuldade em se sustentar sozinho. Assim funciona com as pessoas: se os alicerces não forem sólidos, será mais difícil ter sucesso nos relacionamentos, no trabalho, na saúde e com nós mesmos.
É sobre isso que trataremos neste artigo. A seguir, entenda melhor o que é a relação familiar, quais são tipos de família, e a importância desse aspecto para o desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças.
O que é relação familiar?
A relação familiar se refere a todo vínculo afetivo que une pessoas que compartilham laços de parentesco. Eles podem ser biológicos ou adotivos, como entre pais e filhos e incluir vínculos de casamentos anteriores, formando novas famílias com cônjuges e filhos.
Em todos os casos, é seguro dizer que a relação familiar é construída por meio da convivência, do apoio mútuo e do compartilhamento de experiências ao longo do tempo.
Independentemente da estrutura, a relação familiar tem um papel no bem-estar e no desenvolvimento pessoal das crianças.
Quais são os tipos de relação familiar?
Cada tipo de família tem suas próprias características e desafios, mas todas contribuem para o apoio emocional, desenvolvimento pessoal e bem-estar dos seus membros, conforme comentamos a seguir.
Família nuclear
A família nuclear é composta pelos pais e seus filhos, a unidade familiar básica. Essa estrutura é comum em sociedades ocidentais contemporâneas e, do ponto de vista histórico, reflete uma mudança em direção a famílias menores e mais autônomas.
Família extensa
Diferentemente da unidade familiar básica, a extensa é caracterizada por incluir outros parentes além de pais e filhos, como avós, tios, primos e até amigos que são considerados membros integrantes. Esse tipo de família tende a ser mais ampla, com várias gerações sob o mesmo teto.
Família reconstituída
A reconstituída, também conhecida como família recomposta, surge quando um ou ambos os parceiros têm filhos de relacionamentos anteriores e se unem para formar uma nova família. Nesse caso, os membros podem ter diferentes origens e laços biológicos, mas trabalham para construir novos laços afetivos.
Família monoparental
Na família monoparental, apenas um dos pais está presente e é responsável pela criação dos filhos. É uma formação familiar advinda de divórcio, separação, viuvez, bem como de uma decisão consciente (ou circunstancial) de ter filhos sem um parceiro. No Brasil, a família monoparental é comum, com 15% dos lares brasileiros sendo chefiados por mães solo, segundo pesquisa recente.
Qual a importância da relação familiar para o desenvolvimento das crianças?
Mesmo contando com o convívio escolar intenso, a maioria do aprendizado do seu filho acontece em casa, com a família. Isso significa que, como pai ou mãe, você é um dos primeiro professores de seus filhos. A seguir, entenda melhor o impacto das famílias em vários aspectos do desenvolvimento infantil.
Apoio emocional
O amor, a afetividade e o cuidado oferecidos pela família ajudam a construir a autoestima e a confiança das crianças. Quando se sentem amadas e seguras em casa, elas desenvolvem uma maior capacidade de autoconhecimento e capacidade para enfrentar situações adversas.
“Para se desenvolver normalmente, uma criança requer atividades conjuntas cada vez mais complexas com um ou mais adultos que tenham uma relação emocional irracional com a criança. Alguém deve estar louco por aquele garoto. Esse é o número um. Primeiro, último e sempre” (Urie Bronfenbrenner).
Modelagem de comportamento e valores
As crianças são esponjas que absorvem tudo ao redor, e muitas vezes esquecemos que elas estão nos observando.
No entanto, os pais e outros membros da família servem como modelos de conduta o tempo todo. São eles que transmitem às crianças normas, valores morais e éticos, além de habilidades sociais e emocionais para a convivência em sociedade.
Dessa forma, as interações familiares cotidianas, como o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, ensinam às crianças como se comportar de maneira apropriada e respeitosa em diferentes situações. É onde elas são preparadas para interagir com o mundo ao seu redor.
Habilidades
Assim que uma criança nasce, ela começa a aprender habilidades motoras, comunicacionais, cognitivas e emocionais. Nesse sentido, o que seu filho aprende nas interações entre você e ele é o que ele carregará para o resto da vida em relação a como tratar amigos e fazer outros relacionamentos.
Com a socialização na família, seu filho aprenderá a confiar, a buscar amizades e encontrar conforto nos outros. Isso é possível porque as interações em casa exigem respostas imediatas, expressões faciais, certos tons de voz e muito mais que não recebemos por meio de mensagens de texto ou outros sistemas online.
Segurança
A sensação mais forte de segurança que seus filhos podem ter advém da família. Afinal, principalmente no início da vida, eles confiam em você para garantir que suas necessidades básicas, como abrigo, alimentação e roupas, sejam atendidas.
Mais do que isso, existe uma segurança em casa que os seus filhos não encontrarão em nenhum outro lugar.
É certo, que ao terem contato com a escola, poderão aprender mais sobre habilidades e competências essenciais. No entanto, é quando estão em casa que aprendem a ser eles mesmos e a se expressarem plenamente.
Como criar uma relação familiar mais afetiva com as crianças?
Um vínculo afetivo forte é a base para o crescimento saudável das crianças e para a construção de um ambiente familiar feliz. Aqui estão algumas dicas sobre aspectos importantes, que se observados podem ajudar a criar uma relação mais afetiva com as crianças:
- falar com as crianças de maneira calma e gentil ajuda a criar um ambiente seguro e acolhedor;
- repreender uma criança na frente de outras pessoas pode causar vergonha e constrangimento;
- gestos simples como abraços, beijos e palavras de encorajamento mostram às crianças que elas são amadas e valorizadas;
- ter uma rotina diária ajuda as crianças a se sentirem seguras e organizadas;
- participar da vida escolar demonstra interesse e apoio à rotina das crianças;
- garantir um tempo de qualidade com os seus filhos, é fundamental para que eles se sintam importante e amados.
A criação dos pequenos pode ser difícil e cheia de obstáculos, mas os benefícios de cuidar deles com uma boa relação familiar compensam todos os esforços. Como vimos até aqui, uma família presente proporciona um ambiente seguro onde as crianças podem florescer.
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