Colocando em prática

Entre palavras e emoções: A vida de escritor 

Por Paulo Lima

Estimativa de leitura: 3min 47seg

10 de maio de 2023

Acordei com a camiseta empapada de suor. O calor era grande e, sem me olhar no espelho, tinha certeza absoluta que estava meio esverdeado. Ainda continuava enjoado, apesar dos comprimidos que havia ingerido justamente para evitar isso. Olhei para o teto (que ficava a 10 cm do meu nariz, no último andar daquele beliche apertado) e constatei que ele continuava balançando.  
Aliás, tudo oscilava suavemente, da esquerda para a direita, no ritmo exato para fazer com que  
meu estômago quisesse se jogar no mar e voltar, nadando, até a terra firme mais próxima.” 
 

Somos todos contadores de histórias. Em nosso curso de vida, acumulamos experiências, alegrias, tristezas, conquistas e perdas. Muitas vezes utilizaremos estas histórias em nosso dia a dia como pais, professores, médicos ou advogados. Mas existe um tipo de profissional que vive destas histórias: o escritor. 

O texto acima faz parte do livro Trindade: o Brasil desconhecido, no qual trabalho na versão atualizada. Este livro foi o fruto de minha experiência como pesquisador no Projeto TAMAR, durante uma campanha de marcação de tartarugas na ilha da Trindade, em 1994. Nele, coloco todas as histórias que vivi, compartilhando 4 meses de vida com a guarnição da Marinha do Brasil que habita, solitária, aquele último rincão do território brasileiro. 

A vida de um escritor é uma jornada única e fascinante. Como um artesão solitário, ele trabalha incansavelmente em seu ofício, moldando palavras e frases para criar uma obra única, que vai inspirar, entreter e comover seus leitores. 

O escritor acorda cedo, ainda sonolento, mas com uma ideia já fervilhando na mente. Ele se levanta, toma seu café, e se senta à sua mesa de trabalho, pronto para começar. Seus dedos se movem rapidamente sobre o teclado, enquanto ele tenta capturar a essência de sua inspiração, dando vida às suas personagens e criando um enredo envolvente. 

Às vezes, a escrita flui com facilidade, como um rio que corre suavemente, sem obstáculos. Mas, outras vezes, ela parece um labirinto tortuoso, onde cada escolha pode levar a um beco sem saída. Nessas horas, o escritor sente-se perdido, frustrado e cansado. Ele quer desistir, mas sabe que não pode. A “síndrome da página em branco” é um fantasma que assola diariamente os escritores. 

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Para um escritor, escrever é mais do que uma profissão ou um hobby. É uma necessidade, uma paixão, uma maneira de dar sentido à vida. É por isso que ele continua a escrever, mesmo quando as palavras parecem fugir dele. 

Assim, o escritor segue em frente, dia após dia, semana após semana, ano após ano. Ele escreve romances, contos, crônicas, poemas – qualquer coisa que possa expressar seus pensamentos e sentimentos. Ele os envia para editores, agentes literários, revistas, concursos, torcendo para que alguém os aceite. 

Quando isso acontece, é uma alegria indescritível. O escritor sente-se como se tivesse escalado uma montanha, atravessado um deserto, superado um grande desafio. Ele vê seu nome em letras impressas, sente o cheiro do papel, ouve o som das páginas virando. É uma sensação única, que faz todo o trabalho e esforço valerem a pena. 

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Porém, mesmo com todos esses momentos mágicos, a vida de um escritor também é cheia de incertezas. Ele nunca sabe se vai ter dinheiro suficiente para pagar suas contas. Ele nunca sabe se sua próxima ideia será um sucesso ou um fracasso. Ele nunca sabe se seus leitores vão amá-lo ou odiá-lo. E, principalmente nos dias de hoje, se vai “viralizar” ou “flopar” nas redes sociais.  

Mesmo assim ele continua a escrever. Sabe que é isso que deve fazer. Ele segue o caminho da escrita, como um viajante solitário seguindo uma estrada desconhecida. Ele não sabe o que vai encontrar, mas continua caminhando, passo a passo, para ver onde essa jornada o levará. 

E, ao final da estrada, ele pode olhar para trás e ver todas as coisas maravilhosas que criou. Ele pode ver os personagens que inventou, as histórias que contou, as emoções que despertou. E, em seu coração, ele sabe que valeu a pena, porque ele viveu uma vida de escritor – uma vida cheia de palavras, ideias e sonhos. 

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