Descubra o que pode estar por trás da falta de controle de algumas crianças e como lidar com esse comportamento na infância!
Se você é pai ou mãe, é provável que já tenha se acostumado com o drama de uma criança chateada, especialmente quando ela não consegue o que quer imediatamente ou precisa lidar com a palavra “não”. Porém, essas situações comuns não chegam perto das reações de uma criança sem limite, que costuma ter crises mais frequentes e às vezes mais perigosas.
As crianças que desde cedo não apresentam autocontrole têm vários acessos de birra e raiva, jogam comida durante as refeições, quebram brinquedos, batem ou mordem seus irmãos e se recusam a atender a pedidos dos pais ou responsáveis.
Por trás desses comportamentos, existe uma série de motivações que podem causar a falta de autocontrole, e o entendimento delas ajuda os pais e responsáveis a entenderem como lidar com episódios de raiva e impulsividade dos pequenos. Continue e tire suas dúvidas sobre o assunto!
Por que algumas crianças não conseguem se controlar?
As dificuldades com o autocontrole ocorrem por vários motivos na infância. Algumas crianças simplesmente demoram mais do que outras para desenvolver a capacidade de diálogo e disciplina, por exemplo. Nesse caso, é apenas uma questão de tempo e amadurecimento.
Mas os problemas com o autocontrole também podem ser sinal de Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH), uma condição que dificulta a capacidade de o cérebro “pisar no freio” e pensar nas consequências antes de fazer algo.
Uma pesquisa publicada na revista científica Journal of Child and Adolescent Psychopharmacology mostra que mais de 50% dos pré-adolescentes com subtipo combinado de TDAH apresentam agressão clinicamente significativa.
Em outros casos, o que parece ser extrema impulsividade ou sinais de TDAH pode ser, na verdade, falta de habilidades sociais. É difícil para crianças pequenas seguirem algumas regras sociais se não souberem quando as estão violando.
Também é importante sempre considerar que as crianças muitas vezes precisam ultrapassar limites e, às vezes, desafiá-los para que possam afirmar suas individualidades cada vez mais à medida que crescem.
Sua missão, como o adulto responsável pela criança, é ensiná-la que, embora testar os limites seja parte natural do desenvolvimento, você é quem está no comando.
Qual a importância de impor limites?
Segundo o Centro Infantil da Universidade de Boston, limites claros ajudam as crianças a compreenderem o que é aceitável e o que não é. Isso cria um ambiente previsível, onde elas sabem o que esperar e como agir:
Os limites são importantes porque fazem as crianças se sentirem seguras e protegidas. Quando as crianças sabem o que esperar, elas se sentem mais seguras.
Elas, assim como os adultos, aprendem por meio de experiências e das respostas que recebem de suas ações. Estabelecendo um horário fixo para ir para a cama, por exemplo, a criança aprende a importância da rotina e do descanso.
Com o tempo, ela mesma passa a reconhecer os sinais de sono e a importância de se preparar para dormir, sem a necessidade constante de intervenção dos pais.
Da mesma forma, se uma criança souber que deve arrumar seus brinquedos depois de brincar para evitar perder o direito de usá-los no dia seguinte, ela começará a internalizar essa regra e a agir de acordo.
Como lidar com criança sem limite?
Aqui estão algumas maneiras pelas quais os pais podem orientar os seus filhos na direção certa com limites e regras importantes para a vida. As bases para uma adolescência tranquila e para a vida adulta satisfatória começa desde já!
Mostre as consequências de comportamentos ruins
É importante que as crianças sintam que suas emoções estão sendo reconhecidas e que seus pais se preocupam com elas, mas, em vez de uma longa explicação, a maneira mais eficaz de impor limites é mostrando as consequências.
Dar uma longa explicação a uma criança de 6 anos sobre por que ela não pode mexer no celular na cama ou por que não deveria largar sua mão e correr em um estacionamento não servirá para nada.
A atitude mais eficaz a ter é dar-lhes uma consequência. Por exemplo, se uma criança insiste em mexer no celular na cama, uma consequência imediata pode ser tirar o celular por um tempo determinado, explicando que só poderá usá-lo em horários apropriados.
Saiba quando é necessário falar “não”
Muitos pais hesitam em negar pedidos ou dizer “não” para seus filhos. Essa hesitação pode surgir do desejo de evitar conflitos ou de uma crença de que sempre atender aos desejos da criança é uma forma de mostrar amor e carinho. No entanto, escutar o “não” é uma parte do processo de desenvolvimento da criança.
É importante que o “não” seja dito de maneira firme e clara, mas também com empatia. Explique brevemente a razão por trás da negação, de forma que a criança compreenda que a decisão é tomada para o seu bem-estar e segurança.
Além disso, não mude de ideia sobre quais são os limites. Se o seu filho sabe que não pode usar celular ou outras telas na hora de deitar na cama para dormir, mas mesmo assim ultrapassa essa regra com o seu consentimento, você está lhe enviando uma mensagem clara de que as regras não significam muito.
As crianças são inteligentes e percebem quando há possibilidade de negociação. Se os pais cedem às insistências, elas aprendem que basta persistir para conseguir o que desejam.
Tenha paciência
Não espere que as crianças entendam imediatamente algumas regras. Talvez você precise dar ao seu filho alguns lembretes antes que ele perceba que um comportamento ruim levará a uma consequência que ele não deseja.
A prática leva à perfeição, e o respeito aos limites, como qualquer outro hábito, pode precisar de algumas tentativas antes que o seu filho se lembre do que deve fazer.
Ajudar crianças sem limites a adquirirem disciplina pode ser difícil no início, mas nada que o tempo não resolva! Os limites não são apenas regras para controlar o comportamento dos pequenos, mas sim ferramentas para o desenvolvimento saudável na infância.
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