O apoio da família faz toda a diferença na superação da dificuldade de aprendizagem entre crianças e adolescentes.
Seu filho anda desanimado quando se trata de estudos, ou tem apresentado queda no desempenho escolar? Esses sinais podem indicar alguma dificuldade de aprendizagem, um problema que envolve diversas causas, e exige atenção por parte dos familiares.
No Brasil, muitas crianças e adolescentes vêm enfrentando desafios na área educacional. Para se ter uma ideia, mesmo após a pandemia e o retorno às aulas presenciais, 40% dos estudantes das escolas públicas ainda apresentam dificuldade de alfabetização (pesquisa encomendada pelo Itaú Social, Fundação Lemann e BID). É um cenário que exige a colaboração de diferentes grupos para garantir o bem dos futuros cidadãos.
Para um melhor entendimento sobre a questão, neste artigo comentaremos sobre as possíveis causas das dificuldades de aprendizagem, os principais sinais e como os pais podem auxiliar no enfrentamento dessa situação. Confira!
O que pode dificultar a aprendizagem de crianças e adolescentes?
São muitas as razões por trás desse problema, afinal, cada indivíduo é único e vive uma realidade diferente dos demais. Desde que nascemos, somos expostos a determinados ambientes, círculos sociais e situações que afetam a nossa maneira de ser, de pensar e de agir.
Ou seja, tanto a alfabetização quanto o aprendizado de temas específicos podem ficar prejudicados quando o estudante enfrentar algum obstáculo. Para você entender melhor, abordaremos os principais fatores relacionados à dificuldade de aprendizagem.
Fatores individuais
Crianças e adolescentes com problemas de saúde, certamente, terão seu desempenho afetado pelo mal-estar causado pelas enfermidades. Doenças crônicas, assim como problemas não diagnosticados, podem ter impacto direto no desempenho escolar.
Condições como depressão, ansiedade e até mesmo transtornos, como TDAH, dislexia, entre outros, exigem tratamento adequado para evitar atrasos no aprendizado. Outras questões, ligadas ao campo individual, incluem a falta de motivação ou o baixo interesse por determinados assuntos.
Fatores familiares
Frustrações relacionadas ao convívio com os pais e demais responsáveis também podem afetar o rendimento nos estudos. É o que acontece, por exemplo, com as crianças e adolescentes que experimentam conflitos constantes, fontes de muito estresse, medo e preocupações.
Pais com baixo nível de escolaridade podem ter dificuldade para ajudar seus filhos nas lições de casa, reduzindo o suporte nos momentos de necessidade. Há que considerar, ainda, os familiares com baixas expectativas sobre a educação e que não dão incentivos suficientes.
Fatores escolares
A dificuldade de aprendizagem pode estar ligada à baixa qualidade do ensino. Caso a instituição não possua recursos e estrutura adequada ou conte com um corpo docente mal preparado, por exemplo, há grandes chances de os estudantes terem seu desempenho comprometido.
Um clima ruim na escola também contribui para a perda de eficiência nos estudos, gerando estresse e ansiedade. Se for um local com descuido em relação a práticas de bullying e outros tipos de abusos, certamente, isso provocará efeitos negativos na experiência das crianças e dos adolescentes.
Fatores culturais e linguísticos
Dependendo de suas origens, algumas crianças podem enfrentar barreiras para compreender as aulas e os materiais didáticos. É o caso daquelas que não têm o idioma de instrução da escola como língua materna e, por conta disso, demoram mais para aprender os conteúdos ministrados.
Diferenças culturais também estão entre as causas de atraso na aprendizagem, já que nem sempre os valores das famílias estarão alinhados com as normas e outras definições do sistema educacional. Todas essas variações criam obstáculos a serem considerados.
Fatores socioeconômicos
Outra potencial causa para a dificuldade de aprendizagem é a pobreza. Afinal, famílias que vivem uma situação financeira ruim têm muito menos condições de investir em recursos que favoreçam a educação de suas crianças e adolescentes.
A falta de dinheiro afeta a vida dos estudantes de diversas formas, já que reduz o acesso a itens básicos, como alimentação adequada, transporte para acessar o ambiente de ensino e materiais didáticos. A desigualdade social faz com que muitas pessoas precisem trabalhar desde a infância para ajudar seus familiares.
Fatores tecnológicos
Outra causa comum para o baixo desempenho nos estudos é o acesso limitado a recursos tecnológicos básicos, como computadores e celulares, para acessar a internet e suas plataformas. Em uma era digital, a falta de contato com essas ferramentas pode gerar grandes diferenças no aprendizado.
O contrário também é preocupante, viu? Ao permitir o uso exagerado da tecnologia, os familiares podem deixar passar detalhes importantes, como o consumo excessivo de conteúdos sem finalidade educativa. Jogos e redes sociais estão entre os principais gerados de distrações no meio online.

Quais são os principais sinais de dificuldade de aprendizagem?
O desenvolvimento de crianças e jovens é uma preocupação constante nas famílias. Porém, muitos pais podem ter dúvidas sobre o momento de oferecer ajuda, ou buscar suporte especializado. Se esse é o seu caso, acompanhe os próximos tópicos, pois abordaremos os principais sinais de bloqueios na aprendizagem.
Sinais gerais
Quando começam a ter dificuldade, muitos estudantes passam a apresentar baixo desempenho acadêmico. Notas baixas começam a ser mais frequentes e relacionadas a diferentes disciplinas, mesmo quando há esforço aparente para obter bons resultados.
As crianças e adolescentes com problemas também demonstram dificuldade para seguir instruções verbais e/ou escritas. Outros sinais gerais incluem a perda constante de foco e o esquecimento de certas atividades, como a entrega de trabalhos ou da lição de casa.
Na leitura e na escrita
A dificuldade de aprendizagem fica perceptível quando o estudante lê de maneira muito lenta, pulando linhas ou palavras, e cometendo erros frequentes. Nas aulas, ou no ambiente doméstico, a criança pode indicar baixa compreensão das leituras realizadas.
Na escrita, é comum a ocorrência de erros ortográficos, mesmo nas palavras consideradas simples e comuns. Preste atenção se o seu filho parecer frustrado ao escrever, rabiscando de forma ilegível ou dispondo termos desorganizados sobre o papel.
Na lógica e na matemática
Entram aqui os obstáculos relacionados ao entendimento de conceitos numéricos. A criança ou adolescente poderá mostrar resistência para realizar operações básicas, como somas, subtrações, divisões e multiplicações. Também terão mais chances de apresentar erros de cálculos.
Os sinais aparecem, inclusive, no momento de resolver problemas matemáticos que exijam algum tipo de leitura ou interpretação de texto. Assim, é importante prestar atenção a todos os passos que envolvem a solução das questões do campo das exatas.
Na linguagem oral
Aqui, a criança ou o adolescente tendem a demorar para encontrar as palavras certas durante a fala, de modo que sintam dificuldade para expressar emoções e sentimentos. Também podem demonstrar dificuldade para entender o que os outros dizem, principalmente durante conversas mais demoradas ou complexas.
A pronúncia incorreta de determinados termos é outro sinal e, quando persistente, pode indicar problemas de linguagem oral. É comum que os indivíduos nessa situação demorem mais para superar a dificuldade, indo além da idade esperada para esse avanço.
No comportamento e na socialização
Quanto ao comportamento, a dificuldade de aprendizagem costuma deixar a criança desmotivada com tudo o que envolva tarefas acadêmicas. Ou seja, tanto na escola quanto no ambiente domiciliar, ela poderá evitar a execução de atividades para fins de conhecimento.
Junto a esses sinais, poderão surgir problemas com agressividade, baixa autoestima e baixa autoconfiança. Afinal, o indivíduo passa a se sentir incapaz de cumprir afazeres, que parecem simples para seus colegas, gerando um ciclo preocupante de desânimo.
Na parte física e motora
As dificuldades também podem afetar a maneira como o seu filho manipula materiais e instrumentos, durante os estudos. No caso de crianças pequenas, por exemplo, é possível perceber um maior esforço para segurar o lápis, ou para fazer recortes com a tesoura.
Ainda na parte física e motora, pode haver aumento da resistência para manter os materiais organizados ou em seus devidos lugares. Isso costuma estar relacionado à baixa disposição para cuidar dos pertences, já que o momento do aprendizado perde a sua magia de descoberta.
Como os pais podem auxiliar no enfrentamento dessa situação?
O primeiro passo é reconhecer que há um problema, e conversar abertamente com o seu filho sobre o assunto.
Uma boa relação familiar é fundamental para que crianças e adolescentes superem obstáculos relacionados à própria educação. E se é de interesse dos pais que seus filhos atinjam pleno potencial acadêmico e pessoal, nada melhor do que participar desse processo desde a mais tenra idade.
Veja exemplos de práticas que podem auxiliar no enfrentamento das dificuldades de aprendizagem.
Acompanhar a vida escolar
O suporte da família deve estar presente em todos os momentos da vida do estudante. Para que isso aconteça, é crucial que os pais estejam por dentro da dinâmica escolar, e que mantenham contato frequente com os educadores. O objetivo é compreender o que está funcionando e o que precisa de melhoria.
Se possível, colabore com a administração da escola para garantir que o seu filho terá suporte adequado, em caso de necessidade. Caso perceba que as ações não estão gerando resultados ou atendendo às suas expectativas, considere a mudança de instituição de ensino.
Reconhecer o problema e identificar as causas
Jamais ignore os sinais de alerta. Se você perceber mudanças no comportamento do seu filho, ofereça ajuda quanto antes. Pense que toda forma de sofrimento, por menor que seja, afeta a saúde mental das crianças e adolescentes, gerando consequências ruins para seu desenvolvimento.
O primeiro passo é reconhecer que há um problema e conversar abertamente com seu filho sobre o assunto. Procure identificar as principais causas e os sentimentos associados ao desinteresse pelos estudos. Com diálogo transparente, a família terá condições de agir, e buscar ajuda especializada.
Investir em avaliação com profissionais
A dificuldade de aprendizagem não se resolve de um dia para o outro. Trata-se de um problema, por vezes complexo, que exige a intervenção de profissionais experientes para diagnosticar condições, conduzir terapias e orientar as famílias sobre os cuidados necessários.
Não hesite em buscar uma avaliação detalhada de um especialista, como um psicopedagogo, ou psicólogo escolar. Essas pessoas têm preparo para lidar com problemas ligados à aprendizagem e podem fazer toda a diferença na condução de um plano de intervenção.

Buscar outras formas de aprendizado
Com acompanhamento profissional, procure outros caminhos para incrementar os métodos tradicionais de ensino. É importante encontrar alternativas, visto que nem sempre o que funciona para determinada pessoa será a melhor opção para outra, e vice-versa.
Hoje, existem muitos instrumentos lúdicos e técnicas adaptadas para favorecer o aprendizado de diferentes conteúdos. Então, se possível, faça testes com livros interativos, softwares educativos, materiais audiovisuais e aplicativos. Muitos desses recursos podem ser facilmente aproveitados fora de casa ou da escola, como nas viagens em família.
Criar um ambiente acolhedor em casa
É muito mais confortável estudar em um local tranquilo, confortável e seguro. Por isso, crie um ambiente agradável para amenizar a dificuldade de aprendizagem do seu filho. Isso não envolve apenas a parte física do espaço, mas todo o clima que envolve o momento de estudar.
Além de montar um cantinho aconchegante e com os recursos adequados, procure estabelecer uma rotina consistente. Incentive a criança ou adolescente, quando estiver prestes a consultar os materiais, estimulando e oferecendo ajuda. Sempre que possível, faça elogios para manter a motivação e mostrar que cada avanço vale a pena.
Praticar a escuta ativa
Uma das melhores formas de ajudar seu filho, em qualquer situação desafiadora, é praticar a escuta ativa. Muito além de questionar e aconselhar as crianças, os pais precisam aprender a ouvir o que elas têm a dizer. É com esse foco na interação presente, que poderão identificar os sinais de alerta e buscar suporte.
Mesmo que tudo pareça bem, crie o hábito de ouvir atentamente seu filho e estabelecer diálogos respeitosos. Nessas conversas, quando surgir alguma menção a problemas, evite julgamentos e opiniões impulsivas. Deixe claro que você está ali para apoiar e ajudar a resolver o motivo da queixa.
Por fim, é importante que os pais sirvam de exemplo positivo, do que fazer, em caso de dificuldade de aprendizagem. Nesse sentido, é válido ensinar aos filhos sobre a importância de expressar sentimentos e solicitar o auxílio de pessoas queridas. Afinal, todo desafio fica mais leve quando enfrentado em equipe.
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